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Lavieri: Corinthians não pode brigar pela ponta, e culpa não é de Sylvinho
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O Corinthians vive tempos de pressão no terço final do Campeonato Brasileiro. Há os que apostam em demissão de Sylvinho em caso de derrota para o Internacional hoje (24), mas em uma análise fria é possível cravar que a culpa do momento não é do técnico.
Na verdade, a equipe de Parque São Jorge tem elenco para brigar exatamente onde está brigando: logo abaixo do G4. O Alvinegro tem menos qualidade no plantel em relação a Atlético-MG, Palmeiras e Flamengo. Estar atrás deles é completamente normal.
E aí resta a briga com Red Bull Bragantino, Inter e Fortaleza. A grande diferença entre eles é que o elenco dos concorrentes já está mais consolidado e tem um padrão de jogo que o Alvinegro, que recebeu seus principais jogadores há menos tempo, ainda não conseguiu.
O Bragantino ainda tem uma outra peculiaridade: um elenco muito mais jovem. Quando foi ao mercado, o foco da equipe do interior de São Paulo era contratar atletas que ainda poderiam despontar e têm potencial de revenda, como Artur e Cleiton, por exemplo.
A questão é que, por conta da média de idade dos principais atletas, o time vai conseguir jogar em alta intensidade muito mais vezes do que o Corinthians. E isso faz uma diferença gigantesca em um campeonato longo.
Além da idade de nomes como Renato Augusto (33), Giuliano (31) e Willian (33), está em jogo também o histórico recente deles. Os dois primeiros vêm de um mercado periférico, onde o nível técnico e físico é muito abaixo do que se tem no Brasil. Já o terceiro estava em uma das principais ligas do mundo, mas afastado do time e sem ritmo de jogo. Agora, está no departamento médico.
A espinha dorsal da equipe ainda tem Gil (34), Fábio Santos (36), Cássio (34) e Fagner (32), que também jogam a média etária do time titular lá para cima. Até Roger Guedes, que tem só 25 anos, ainda precisa encontrar o melhor ritmo depois de voltar da China. São poucas exceções, como Hulk, que conseguem vir de campeonatos mais fracos mantendo o nível técnico alto.
Por fim, o Corinthians ainda sofre com escolhas erradas da administração de Andrés Sanchez, que tinha Duílio Monteiro Alves como homem forte do futebol. Com várias contratações caras, com baixo nível técnico e de longa duração, o time ainda precisa lidar com atletas que não têm qualidade para levar o time ao topo e não pode ir ao mercado para evitar que o buraco financeiro aumente.
Quando assumiu a equipe, Sylvinho via o Corinthians com risco de rebaixamento. Agora, consegue fazer sua equipe brigar por coisa maior. Claro que ainda há o que melhorar, e o técnico pode ser criticado. Mas ele está longe de ser o principal responsável pela inconsistência corintiana.
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