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Lavieri: Eleição de Leila mostra como Palmeiras precisa de oposição forte
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Leila Pereira foi oficialmente eleita hoje (20) como a próxima presidente do Palmeiras. Toda a campanha nos últimos meses, o ambiente deste sábado de votação e todo o cenário do Alviverde só reforçam como o clube precisa de uma oposição mais forte e estruturada do que a que tem hoje.
É dispensável dizer que a eleição da empresária deixa evidente um grande conflito de interesse. A mesma pessoa é credora, dona da patrocinadora e agora número 1 do clube. Em vários momentos, ela terá de se decidir entre tomar as decisões que favoreçam somente o time ou então que favoreçam a sua empresa.
Isso não é garantia que ela vá fazer uma má gestão ou que vá fazer escolhas que sejam ruins para o Palmeiras e boas para a Crefisa. Mas esse é um conflito de interesse que não deveria ser permitido. Não seria aceito em nenhuma instituição que tenha um compliance rígido.
Durante toda a campanha Leila usou do poder da máquina. Como não houve oposição, ela pôde estampar seu nome e seu número em várias áreas do clube sem nenhuma resistência. Hoje, no dia da votação, providenciou transporte gratuito, atividades para os sócios, comida, bebida... Várias gratuidades que seriam condenadas em qualquer eleição com regras mais sérias, ainda mais dentro do próprio posto eleitoral.
O recomendável seria o Conselho Deliberativo não permitir esse tipo de coisa, mas todos sabem que a grande maioria dos conselheiros é aliada de Leila. Frequenta seu camarote no Allianz, já pegou carona no jatinho para voos em jogos fora de casa e não dispensou um pedaço de pizza e uma foto nos eventos gratuitos promovidos por ela.
Esse mesmo Conselho que assistiu calado à manobra endossada pelo ex-presidente Mustafá Contursi. Embora hoje seja rival, ele conduziu o processo para legalizar a situação de Leila no clube, dando a ela mais tempo de sócia do que realmente é, fazendo com que ela furasse fila e pulasse etapas para poder chegar ao cargo de presidente.
Os mesmos conselheiros que também pouco questionaram os planos futuros de Leila. Além do excelente relacionamento que ela nutre e de algumas propostas sem explicações de como serão feitas como "ingressos e camisas mais baratos", não houve discussões de como o Palmeiras vai se posicionar em um momento tão importante do futebol como agora: como agirá o clube na Lei do Mandante? Qual a posição dela em relação a um clube-empresa? Ela é a favor da Liga de Clubes?
Já está mais do que claro que não haverá cobrança por parte dos associados, de boa parte do Conselho e nem da torcida organizada. Por isso, urge a necessidade de uma oposição forte, combativa e que fiscalize o time que tem mais de 15 milhões de torcedores e não alguns poucos donos.
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