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Danilo Lavieri

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Prass tem ótimas ideias de gestão, mas vai enfrentar resistência no Brasil

Prass contou como foi a sua conversa com o presidente do Vasco para assumir cargo de gestão - Instagram / Fernando Prass
Prass contou como foi a sua conversa com o presidente do Vasco para assumir cargo de gestão Imagem: Instagram / Fernando Prass

Colunista do UOL

18/02/2022 12h53

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Fernando Prass caminha para assumir um cargo de gestão no futebol em breve. O ex-goleiro concedeu entrevista ao UOL Esporte hoje (18) e deu ótimas ideias de como vê o modelo ideal para administrar um clube de futebol. Quase tudo do que foi falado por ele está nos cursos teóricos de boas maneiras, a questão é que nem sempre é isso o que impera no Brasil, que ainda flerta com amadorismo em muitos casos.

Ele foi taxativo ao afirmar que muito além de montar um bom time, o mais importante do gestor é conseguir fazer isso de forma sustentável. Não dá para adiantar verbas, comprometer receitas futuras e só pensar nos três anos de gestão que um presidente tem no clube. O importante é que todo aquele planejamento seja feito sem prejudicar o sucessor.

Nem mesmo os bons exemplos de Flamengo e Palmeiras, que preferiram admitir para suas torcidas que ficariam um tempo sem ganhar nada até recuperar a saúde financeira, são suficientes por aqui. Na verdade, há vários casos de clubes que só pensam no resultado imediato e, quando vão perceber, já estão em um buraco difícil de sair. Já há os que estão lá no fundo e outros que caminham diretamente para esse mesmo destino.

"Tenho um amigo no Palmeiras que, quando surgiu a ideia de processar os responsáveis por gerir mal o clube, ele foi contra. Eu perguntei o motivo para ele ser contra e ele me disse que se fosse processar o presidente que fazia dívida, ninguém gostaria de ser presidente. É torcedor. Ele não precisa entender de números, de gestão, não precisa entender nem de futebol. Ele toma as decisões conforme as regras que ele mesmo entende, e não nas regras do mercado. Ele não bota na conta as despesas, o fluxo, as multas, o limite de inscrição. Por isso que é importante as pessoas de cima serem competentes e preparadas e não pensar apenas no que diz a arquibancada", afirmou o ex-goleiro.

No papo, que já está disponível no canal do UOL Esporte no Youtube e vai ao ar amanhã também em texto, ele ainda falou sobre que nem sempre a SAF (Sociedade Anônima do Futebol) vai ser a solução para todos os problemas e explicou como foi suas conversas recentes com o Vasco. Ele ainda criticou a cultura do futebol brasileiro de os times pensarem muito mais nos benefícios próprios do que no produto Brasileirão de uma forma geral e pediu a criação de uma liga dos clubes.

Na parte tática, ele elogiou bastante o trabalho de Abel Ferreira, diz que o português acrescenta muito ao futebol brasileiro e que gostaria de ter visto por mais tempo Jorge Jesus atuando por aqui. Por fim, ainda admitiu que se sentiu bastante chateado pela forma que sua saída foi conduzida do Palmeiras e deu detalhes de como faria diferente se estivesse em casos como esse no cargo de gestão.

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