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Falta de peso e época do ano ajudam Supercopa a ter jogos mais atrativos
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A Supercopa viveu a sua terceira edição consecutiva ontem (20) com a partida entre Flamengo e Atlético-MG. Um bom jogo de futebol durante os 90 minutos e uma disputa de pênaltis que foge do convencional garantiram uma excelente repercussão nas redes sociais, recordes de audiência para a Globo e a conclusão que a competição está caindo no gosto dos torcedores. Valeu a pena promover a partida, mesmo que para isso a vaga tenha ficado com o vice do Brasileirão.
Mas por que uma taça sem relevância na comparação com as demais causa tanta repercussão? O primeiro motivo é justamente a falta de importância. Como ser campeão ou vice da Supercopa não representa um peso histórico, fica mais fácil para que os times joguem sem tanta pressão, bastante diferente do que acompanhamos em decisões de títulos importantes. Muitas vezes as finais são as partes mais tensas, com jogos mais feios do que a média de competição.
É provável que daqui 10 anos esse encontro seja lembrado pela disputa de pênaltis, mas não pela importância do título. Não tem peso ser "Supercampeão do Brasil". Diferente, por exemplo, de um jogo absolutamente mais chato como foi Santos e Palmeiras na final da Libertadores, por exemplo.
Ainda que se afirme que Atlético-MG e Flamengo mantêm um estilo de jogar mais para frente, é possível ver como o peso da competição altera a forma de jogar com a final da edição passada. O Palmeiras, referência de jogo tático para boa parte dos analistas, fez um dos jogos mais ofensivos de toda a temporada diante do mesmo Flamengo. Coincidência?
Além disso, a época do ano para que a partida seja realizada também ajuda. Já faz tempo que os estaduais não estão mais entre as competições favoritas dos torcedores. Se nos anos 1990 elas representavam um ponto alto no calendário, hoje em dia, são encarados muito mais como pré-temporada e ganham relevância no mata-mata. Claro que a tolerância varia de acordo com o momento do time, mas há uma carência do torcedor assistir a grandes jogos.
É nesse buraco do calendário que a Supercopa entra e consegue suprir, ainda que por algumas horas, essa necessidade do torcedor, especialmente de equipes como o Flamengo, que já não encontra rivais locais à altura de sua equipe há bons anos.
É importante, no entanto, que diretoria e torcida entendam que um jogo único como o de ontem não pode ter peso na avaliação de todo um trabalho e muito menos significar alguma mudança drástica no planejamento da temporada. Não seria surpresa que isso acontecesse em uma cultura como a do futebol brasileiro, mas não deixaria de ser um absurdo.
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