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Abel Ferreira põe o dedo na ferida ao também culpar clubes por calendário
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Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, foi preciso ao colocar os clubes como vilões do calendário brasileiro ao lado das federações. Após a vitória em cima do Santos por 1 a 0, o português voltou a lamentar as perdas que terá na fase de mata-mata do Paulistão por causa das convocações para as Eliminatórias e relembrou algo que anda esquecido por aqui.
Mesmo há pouco mais de um ano por aqui, ele parece se preocupar muito mais com a evolução do nosso futebol do que vários outros comandantes que por aqui nasceram, como já escreveu esse blog. Talvez por ainda não estar conformado com os absurdos que caíram na normalidade por aqui.
Em busca de achar culpados para esses absurdos que vivemos no futebol brasileiro, há quem tente apontar para todos e isentar os próprios clubes. Alguns dizem que os dirigentes apenas recebem o calendário e assinam. Outros tentam culpar até mesmo Tite por convocar os nomes que ele considera ideal. Há os que pedem o fim do futebol de seleções. Tudo isso deixa de lado o objetivo principal de 99% dos atletas, que é representar seu país nas principais competições, especialmente a Copa do Mundo.
Alguém lembra como foi a reação de Messi e companhia ao ganhar a Copa América pela Argentina? É normal ver o jogador do PSG se emocionar tanto ao conseguir levantar um troféu? É justo pedir que um jogador não seja convocado para sua respectiva seleção por causa do calendário esdrúxulo que por aqui é montado? Se os principais prejudicados por essas bizarrices não se unem para mudar, quem vai fazer isso?
Quando pedimos para Tite deixar de lado um nome, esquecemos que está envolvido ali o sonho de todo jogador de futebol, que é disputar uma Copa do Mundo. E Abel Ferreira foi preciso ao dizer que fica sempre orgulhoso de ver os seus comandados convocados para representar os países. Como ex-jogador, ele sempre lembra o orgulho que foi ser convocado por Felipão para defender Portugal.
Quando Abel culpa os clubes, ele lembra indiretamente, por exemplo, que os paulistas assinaram quatro anos com 16 datas para o Paulistão pensando no dinheiro crescente que vem da TV, neste caso, da Record. Quando se reuniram para fazer o Conselho Técnico, os envolvidos poderiam discutir soluções, tentar diminuir o número de datas, tentar alterar o formato ou ao menos tentar alterações que prejudicassem menos eles próprios. E o que eles fizeram? Fecharam os olhos, assinaram o contrato e saem da reunião repetindo o discurso que o calendário é ruim como se eles mesmos não tivessem culpa.
No atual formato, os times que têm bons jogadores acabam sendo punidos por isso. O Palmeiras poderá perder Weverton, Gustavo Gómez, Piquerez e Kuscevic para o mata-mata do Paulista. E por melhor que sejam os elencos, não há time que consiga manter o mesmo nível perdendo três dos cinco titulares da linha de defesa.
Os times ensaiam uma união por melhorias nesse sentido faz tempo. A mais recente é a possível formação de uma Liga onde os eles mesmos organizariam seu próprio Brasileirão de Série A e B, sem depender da CBF. Será que haverá paz o suficiente entre eles para alcançar um acordo?
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