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Palmeiras desistiu de Patrick de Paula, mas se protege de reviravolta
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Não dá para dizer que o Palmeiras desistiu de Patrick de Paula na primeira dificuldade. O clube fez dezenas de conversas com o jogador e com o estafe dele em busca de mudanças no comportamento, especialmente fora de campo. Mas nada surtiu efeito, o que facilitou a saída cada vez mais próxima para o Botafogo por um valor muito abaixo do que chegou a ser projetado. Não é à toa que Abel Ferreira entende a saída,
Serão 6 milhões de euros (quase R$ 34 milhões) por 50% dos direitos econômicos do atleta e alguns gatilhos que protegem o Alviverde caso ele consiga corrigir o rumo na sua carreira. Há a possibilidade de que mais 20% sejam comprados por 3,5 milhões de euros, além de o time paulista também poder vender o que fica com ele para um eventual interessado no futuro.
Analisado como jogador de potencial raro dentro dos gramados, o jogador teve dificuldades de manter a concentração depois que explodiu nos profissionais. Revelado na Taça das Favelas, ele tinha todos os tipos de dificuldade meses antes de virar o protagonista da conquista palmeirense do Paulistão em cima do Corinthians. Do dia para a noite, ele podia frequentar a festa que quisesse, o restaurante que quisesse, com o carro dos sonhos e depois dar festas em coberturas. Tudo o que ele nunca teve na vida.
Até por ter ciência desse contexto e entender a falta de estrutura que o atleta deve durante toda a vida, Maurício Galiotte, Anderson Barros, Abel Ferreira e toda a sua comissão tiveram bastante paciência com o jovem. Não à toa, o nível de tolerância para as festas clandestinas frequentadas por Lucas Lima e Patrick durante a pandemia foi diferente.
Há episódios de indisciplina como chegada atrasada aos treinos e conselhos dados por atletas mais jovens e pelos superiores que foram completamente ignorados, como na vez em que ele entrou com um brinco em campo mesmo depois de ter sido advertido pelos colegas. Tudo isso foi abafado pela diretoria da época na tentativa de preservar a Cria.
Além disso, dentro de campo, Patrick teve vários momentos em que a resposta era positiva. Isso ajudava o nível de tolerância aumentar. A boa entrada dele na prorrogação da final da Libertadores contra o Flamengo, o gol marcado nas quartas contra o São Paulo, o bom Paulista que fez assim que surgiu e o ótimo desempenho na Libertadores de 2020 são provas de como o garoto sabe jogar bola.
A questão é o preço que tem para a comissão e para a diretoria de continuar com ele no grupo em um futebol cada vez mais profissional e com exigências que Patrick não tem cumprido. Resta saber agora se no Rio de Janeiro ele vai encontrar o foco necessário para dar sequência à carreira que começou de forma tão meteórica.
Enquanto torce para que o jogador se recupere, o Palmeiras se vê bastante firme na posição de meio-campo, com Danilo e Zé Rafael em ótima fase, e Jailson correspondendo bastante às expectativas. Atuesta surge como opção, mas ainda não se firmou. Por fim, ainda há a possibilidade de apostar em nomes como Fabinho e Bicalho, da base.
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