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Danilo Lavieri

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Com ajuda do VAR, São Paulo e Ceni mostram que são pedras no sapato de Abel

Rogério Ceni técnico do São Paulo durante partida contra o Palmeiras pelo campeonato Paulista - Marcello Zambrana/AGIF
Rogério Ceni técnico do São Paulo durante partida contra o Palmeiras pelo campeonato Paulista Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

Colunista do UOL

30/03/2022 23h42

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O São Paulo jogou melhor e merecia sair do Morumbi hoje (30) com a vitória contra o Palmeiras na primeira final do Paulistão. Mas a atuação do VAR foi decisiva, com um pênalti bastante contestável. Marcos Rocha estava de costas, com os braços colados no corpo e a bola bateu em sua mão. O juiz resolveu marcar a infração e, daí para frente, a diferença que já existia em campo ficou ainda maior para terminar no 3 a 1 na partida de ida.

Para piorar, no segundo tempo, em um lance semelhante o Alviverde não teve o pênalti marcado a favor por conta de desvio anterior no pé. O 3º gol de Calleri com puxão em Murilo e até mesmo um suposto pênalti em cima de Gomez entram na lista de reclamações dos palmeirenses.

Arbitragem à parte, em noite inspirada, o meio-campo são-paulino deixou Raphael Veiga tocar pouco na bola, aproveitou a instabilidade de Jailson e ainda viu Dudu também ser muito bem marcado por Wellington. Rony quase não teve seu nome citado na transmissão, enquanto Pablo Maia e Nestor comandaram as ações e Calleri não deu um minuto de sossego a Gomez e Murilo.

Com ou sem VAR, o São Paulo tem a marca de ser o grande problema da passagem de Abel no Brasil. Com o jogo de hoje, ele já enfrentou o Tricolor em dez ocasiões e venceu apenas duas, com quatro empates e quatro derrotas. Contra Ceni, o desempenho do português também é ruim: quatro derrotas (duas quando ele estava no Flamengo), um empate e apenas um triunfo do palmeirense, o jogo da primeira fase do Paulista deste ano.

Na partida de hoje, a estratégia são-paulina foi de repetir o que o próprio Palmeiras faz em muitas ocasiões quando está em desvantagem: matar as jogadas logo no meio-campo quando perdia a bola lá na frente. Até por isso, durante quase todo o jogo, a bola ficava muito por ali e quem mais corria era o juiz, de um foco de confusão para o outro. Até que o VAR marcou o pênalti altamente contestável. Calleri converteu.

Nessa batalha de espaço, ficou nítido que o Palmeiras sentia muito a falta de Danilo, que não pôde jogar por lesão. Para piorar a ausência, Jailson, o substituto, jogou muito pouco. Inseguro, não conseguiu repetir os bons desempenhos que teve nas últimas vezes em que foi escalado.

No segundo tempo, o São Paulo não se contentou com o 1 a 0 e continuou indo para cima do Palmeiras, que parecia atordoado em campo. Embora não criasse grandes oportunidades, o dono da casa seguia com muito mais a bola no pé e não precisava se preocupar com Raphael Veiga, Dudu e companhia. Pablo Maia aproveitou bola espirrada na área, chutou e ainda contou com desvio na zaga para fazer o 2 a 0.

Com a vitória parcial, Ceni explorou a velocidade de sua equipe ao colocar Marquinhos no lugar de Éder. O técnico viu a resposta imediata com as entradas de Wesley e Veron nos lugares de Dudu, que estava apagado, e Gustavo Scarpa. O São Paulo continuou muito melhor e conseguiu fazer o 3º com Calleri no segundo pau após jogada aérea no escanteio. O clima já era de tristeza no banco do Alviverde, quando conseguiu descontar o placar para ter mais chances no jogo de volta.

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