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Danilo Lavieri

REPORTAGEM

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Técnico do sub-17 fala em Endrick obstinado e comenta briga com argentinos

Phelipe Leal dá instruções a Endrick e Luís Guilherme durante o Torneio de Montaigu - Divulgação/CBF
Phelipe Leal dá instruções a Endrick e Luís Guilherme durante o Torneio de Montaigu Imagem: Divulgação/CBF

Colunista do UOL

22/04/2022 10h46

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Comemorando o seu primeiro título como treinador após o Torneio de Montaigu, com a seleção brasileira sub-17, Phelipe Leal vê o foco de Endrick como um dos grandes segredos para que o atacante continue se destacando com apenas 15 anos.

Em entrevista ao blog, ele afirmou que o atleta do Palmeiras tem mostrado muita tranquilidade para lidar com a pressão do dia a dia e ainda elogiou a relação dele com seus colegas no dia a dia. O atacante foi artilheiro com cinco gols e eleito o melhor da competição após a vitória por 2 a 1 na final contra a Argentina, com um gol e um pênalti sofrido. Ao todo, o time fez 11 gols em quatro jogos, com três vitórias e um empate.

"Endrick é um jovem que tem lidado de maneira muito tranquila com tudo o que tem acontecido na vida dele. Ele sabe diferenciar cada momento e se dedica só a jogar futebol. Mostra-se atencioso com seus companheiros e respeitoso com as normas e regras do dia a dia. Essa postura o favorece no momento em que entra em campo. A obstinação dele potencializa a capacidade de decidir. Só o tempo e as vivências em cada etapa do desenvolvimento vão prepará-lo para o futuro", disse o técnico que fez o Brasil ser campeão desse torneio depois de 38 anos.

A seleção ainda teve outros destaques como o caso de Luís Guilherme, também do Palmeiras, e Pedrinho, que é da base do Corinthians. "O Brasil é recheado de talentos por todo o país e ano após ano isso fica mais evidente. Essa geração é uma delas e a expectativa é que possamos continuar contribuindo no desenvolvimento e formação desses atletas em prol de um futebol brasileiro com ainda mais qualidade", ponderou.

Leal comentou que a função de um técnico vai muito além dos treinos e da parte tática. Segundo ele, um bom treinador precisa unir pessoas completamente diferentes para a realização de um objetivo, o que é ainda mais difícil quando você lida com jovens que ainda estão longe de virarem adultos.

"Como em toda relação humana, busco deixar claro alguns pilares que norteiam o trabalho e os compartilho diariamente. Respeito, transparência e verdade conduzem a relação pessoal entre a minha função, a de treinador, e todos os envolvidos, incluindo os protagonistas do processo, que são os atletas. Todo o trabalho é voltado para potencializar o desenvolvimento deles. Sendo assim, acredito que esses valores nos aproximam e geram confiança, credibilidade e, consequentemente, comportamentos positivos", analisou.

"Um dos principais desafios do treinador é unir pessoas com diferentes necessidades, objetivos, expectativas e realidades e fazê-las caminhar na mesma direção. Considerando o contexto de futebol de base, onde jovens alimentam sonhos de chegar aos profissionais, essa dinâmica é ainda mais sensível", completou.

Por fim, Leal ainda disse que já esperava uma final com catimba e provocações dos Argentinos, mas não imaginava que uma briga aconteceria após o apito final.

"Nós sabíamos que a final envolveria muita emoção e a catimba estava inserida nisso. Preparamos os atletas para ficarem focados no jogo e concentrados no que deveria ser feito para vencer a partida e sair campeões. Enquanto a bola rolou, jogamos o nosso futebol e fomos leais. Não esperávamos que a violência e deslealdade fossem usadas pelo adversário no decorrer do jogo. Pedimos desculpas à organização e ao povo francês, que tanto nos apoiou, por aquele desfecho", lamentou.

Antes de ser apresentado como técnico da categoria em fevereiro, Leal já havia sido auxiliar-técnico quando o time era comandado por Guilherme Dalla Déa, entre 2017 e 2020 e estreou justamente no Torneio de Montaigu. Agora, seu grande foco é o Torneio Sul-Americano de 2023, que dá vaga para a Copa do Mundo.

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