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Por que o Palmeiras topou vender Gabriel Veron por 10 milhões de euros?
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O Palmeiras está muito próximo de anunciar a saída de Gabriel Veron por 10,25 milhões de euros ao Porto. O valor frustra a maior parte da torcida, que esperava um caminhão de dinheiro por um atacante de 19 anos e que foi apontado como o melhor sub-17 do mundo. Afinal, por que o Alviverde topou esse negócio?
Para começar a contextualizar, é importante dizer que, em termos mercadológicos, Veron não correspondeu ao potencial que mostrou com 16 anos. É claro que ele fez gols importantes e teve títulos nos pouco mais de dois anos entre os profissionais, mas não houve a explosão que se anunciava no início da carreira em termos práticos levados em conta no mundo do futebol.
Neste ano, ele já entrou em campo 35 vezes das 47 partidas oficiais disputadas e fez dois dos 100 gols do Palmeiras na temporada. No total, ele tem 95 jogos oficiais e 14 tentos.
Boa parte dessa falta de sequência fica no fato de o jogador ter muito mais lesões do que a média para um jogador de 19 anos. Quando um europeu decide fazer um investimento alto, não é só o DVD de melhores momentos que é analisado. Um profissional que representa europeus no mercado brasileiro explicou ao blog que até mesmo as atitudes fora de campo, perfil psicológico e características do staff são levadas em conta no relatório inicial enviado a times como Barcelona, Real Madrid e Manchester City, por exemplo. É claro que isso não garante o sucesso, como prova a história, mas diminui a margem de erro.
Esse histórico fez com que o jogador recebesse apenas propostas de times de segundo escalão e não das principais potências da Europa como era o esperado. Partindo daí, o Palmeiras foi diminuindo a expectativa em relação ao que poderia lucrar com uma possível venda de Veron. No início do ano, o planejamento apontava para uma venda de 15 milhões de euros como satisfatória. Desse total, o Palmeiras ficaria com 60%, o que significa pouco mais de 8 milhões de euros, já descontando descontos de comissão e afins.
No domingo, a proposta que chegou às mãos do Palmeiras era a de hoje: 10,25 milhões de euros. No primeiro momento, o Alviverde decidiu recusar esse valor, mas a operação foi se desenhando de uma forma que fez a diretoria mudar o olhar. O Santa Cruz de Natal, do Rio Grande do Norte, topou receber menos do que os 40% que detém dos direitos econômicos do atleta em troco de compensações em vendas futuras.
Os empresários de Veron também diminuíram o ganho que teriam com a negociação, abrindo mão de parte das comissões e também do direito de exclusividade, que renderia um pagamento extra ao estafe do atleta. Por fim, o Palmeiras colocou na balança que ainda ficaria com mais 10% dos direitos, sem contar a porcentagem de direito de clube formador que teria em negociações futuras, a exemplo do que aconteceu com Gabriel Jesus.
No final, o Palmeiras admitiu que a negociação não era a melhor possível, mas que se aproximou muito do projetado inicialmente em uma eventual venda de 15 milhões de euros com todos os descontos que não existiriam naquele cenário.
Para bater o martelo, o Alviverde precisou explicar a Abel o cenário. O técnico não gostaria desta saída. O Palmeiras não vende nenhum jogador titular absoluto nos últimos anos e tem como trunfo a manutenção do time base que foi bicampeão da Libertadores. A grande exceção aí foi Viña. Para manter o que é chamado internamente de "núcleo duro", é preciso fazer receitas com vendas. O projetado para esta temporada é de cerca de R$ 130 milhões.
Ainda assim, Abel argumentou que o mercado português e o europeu poderiam pagar mais por um atleta com essas características. A questão é que para manter a política de responsabilidade financeira, alguém precisaria ser vendido. E aí é melhor perder alguém que joga com menos frequência.
Nesta temporada, as principais entradas de grana foram com as negociações de Borja, que foi 100% direcionado a diminuir a dívida com a Crefisa, e Gabriel Jesus, que rendeu quase R$ 20 milhões com a saída do City para o Arsenal. Para poder renovar contratos como fez recentemente aumentando o salário e não perdendo jogadores como Danilo, Raphael Veiga, Piquerez e Gustavo Gómez, além de contratações como a de Flaco López, o caixa precisava respirar.
Com a venda, o Palmeiras diz que consegue manter a máquina rodando sem sustos, que não precisará fazer novas vendas forçadas e que vai conseguir manter nomes como Danilo mesmo com todo o assédio europeu. Além disso, o time aposta no sucesso de Flaco López, Merentiel e Endrick, que assina seu contrato profissional amanhã.
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