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Palmeiras tem problema no fluxo de caixa e adianta verba para pagar contas
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O Palmeiras precisou adiantar receitas que estavam previstas para os próximos meses de 2022 para corrigir seu fluxo de caixa e manter as contas em dia. Boa parte da operação foi feita em maio, quando o balancete do clube apontou quase R$ 68 milhões na categoria "empréstimos e financiamentos". As contas de junho e julho ainda não foram publicadas.
O departamento financeiro do clube alegou ao blog que o termo empréstimo serve para a entrada no balancete, mas que na prática houve apenas antecipação de receitas. Os responsáveis, no entanto, não dão mais detalhes sobre eventual deságio da operação e nem mesmo sobre qual receita foi adiantada. Além disso, a manobra é apontada como saudável dentro do panorama, já que não houve comprometimento de receitas dos próximos anos.
O Palmeiras ainda explica que prefere adiantar receitas e pagar seus compromissos do que ter que renegociar os pagamentos com seus funcionários e outros credores e ressalta que tem sido responsável com as finanças.
A diretoria diz que a situação econômica do clube é totalmente saudável e que não há motivos para preocupação, o que é corroborado por análises independentes de empresas que recentemente divulgaram estudos sobre dinheiro no futebol, como Itaú e XP. Nesse último relatório, o Alviverde foi apontado como o segundo que mais faturou no ano passado em todo o país só atrás do Flamengo e foi um dos poucos clubes a ter avaliação positiva em todos os itens analisados: receitas, custos, dívidas, alavancagem e desempenho esportivo.
Essas mesmas análises já alertaram para os perigos financeiros vividos pelos rivais como São Paulo, Corinthians e Atlético-MG, que não param de contratar e aumentar seus custos. É bastante provável que esses clubes tenham mais problemas financeiros para arcar com seus compromissos no curto prazo.
Um dos motivos para que o Palmeiras tenha tido dificuldades com o fluxo foi a manutenção do esqueleto que foi bicampeão da América e não vender tanto quanto poderia. Houve crescimento de despesas com renovações feitas desde o ano passado até aqui como as de Gustavo Gómez, Raphael Veiga e até mesmo Abel Ferreira. Todos eles tiveram aumentos de salário.
O clube ainda recusou mais de 10 milhões de euros por Giovanni, que quase não teve chances nos profissionais, mas já desperta a atenção da Europa. Em contrapartida, as vendas que foram feitas ainda não foram o suficiente para corrigir o fluxo. A ida de Borja ao River Plate, por exemplo, aliviou na dívida com a Crefisa, mas não colaborou para a entrada de dinheiro em caixa.
Essa é um dos motivos que fez o Palmeiras diminuir o sarrafo na hora de avaliar a proposta por Veron. Além de avaliar que o atleta não valeria mais o que já valeu no início da carreira, o clube precisava de um dinheiro a curto prazo, apesar de a operação ter sido feita de forma parcelada. A diretoria ainda avalia que precisará fazer mais uma venda, mas não pretende se livrar de atletas essenciais. Danilo é o que mais desperta interesse do futebol europeu, mas Leila Pereira promete fazer jogo duro para liberar a cria da Academia.
Também por isso, a atuação palmeirense no mercado da bola foi discreta, com as chegadas de Merentiel e Flaco López nesta janela. A diretoria diz que o trunfo é manter o time que tem acumulado títulos e novamente ressalta que a responsabilidade fará o clube continuar forte economicamente nos próximos anos, diferentemente de São Paulo, Corinthians e Atlético-MG, que até podem ter registrado aumento de receitas na temporada passada, mas que não ganham o suficiente para arcar com o aumento de despesas.
O Palmeiras poderia ter um respiro um pouco maior se não tivesse optado por pagar parte da dívida da Crefisa no ano passado, quando quase R$ 50 milhões foram quitados. A decisão é criticada pela pouca oposição que ainda resta no clube, já que os juros cobrados por essa pendência são os mais baixos que existem no mercado. Ou seja, essa dívida não é perigosa e pode ser paga pouco a pouco.
Por fim, a Crefisa também começa a receber críticas pelo pouco mais de R$ 80 milhões que paga anualmente pelo patrocínio do clube. A camisa do Alviverde já não é a mais valiosa das Américas, como chegou a ser recentemente e foi ultrapassada pelo Flamengo. Há especialistas que dizem que a instituição financeira já paga menos do que o clube merece na comparação com a exposição que tem tido nos últimos anos com todo o desempenho esportivo.
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