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Danilo Lavieri

REPORTAGEM

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De olho na SAF, Lusa paga R$ 5 mi em dívida e antecipa débitos trabalhistas

Estádio do Canindé, sede da Lusa - Eduardo Anizelli/ Folhapress
Estádio do Canindé, sede da Lusa Imagem: Eduardo Anizelli/ Folhapress

Colunista do UOL

23/08/2022 13h23

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Depois de conquistar o título da Série A-2 e retornar à elite do futebol paulista, a Portuguesa mantém a reformulação fora das quatro linhas. Nesta terça-feira (23), o clube paulista revelou que quitou de forma antecipada as parcelas dos acordos trabalhistas até outubro deste ano. Em quase dois anos, a Lusa conseguiu renegociar mais de 150 acordos e quitar mais de R$ 5 milhões junto aos credores. Hoje, o total estimado da dívida é de R$ 450 milhões.

A diretoria dividiu as pendências em blocos, de acordo com o valor das ações. Segundo Antonio Castanheira, presidente do clube, o modelo chamou atenção de presidentes de outros times. A equipe do Canindé se prepara para entrar na onda das SAF, a Sociedade Anônima do Futebol.

"Os acordos trabalhistas realizados pela Portuguesa são muito importantes, pois geram segurança jurídica para a captação de patrocínios para o clube. Além disso, os tratados promovidos em nossa gestão resgatam a credibilidade da Lusa e dão confiança para atrairmos investidores para a SAF. Acreditamos que este será o melhor modelo trabalhista do futebol brasileiro", afirmou Castanheira.

Tatiana Morgado, advogada do clube, ressaltou a importância dos pagamentos e a possibilidade de novas negociações. A expectativa do clube é que a chamada semana da conciliação, marcada para a semana do dia 19 de setembro, pode marcar avanços importantes para o time que já fez frente aos principais de São Paulo.

"Com cerca de R$ 800 mil antecipados, nossa expectativa é realizar acordos em todos os processos que atenderam ao edital e se inscreveram para negociar seus créditos. Ressalto que a semana de conciliação também será importante para alavancar o número de acordos", acrescenta a advogada.

Especialista em revitalização de empresas, negociações complexas e recuperação extrajudicial, Juliana Biolchi contou que o modelo de negócio, como feito pela Portuguesa, pode ajudar a transformar o futebol brasileiro.

"É muito importante para os clubes e para o sistema como um todo. Quando analisamos os diversos processos trabalhistas, notamos que englobam desde prestadores de serviços, que passaram às vezes a vida inteira trabalhando no clube, até grandes jogadores e estrelas, com passagens relativamente curtas. Este modelo é muito interessante para que os clubes encarem os passivos da forma correta, ou seja, pagando-os", finalizou Juliana.

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