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Danilo Lavieri

REPORTAGEM

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Futsal x CBF: modalidade vive crise nos bastidores que impacta seleção

Marquinhos Xavier é o técnico da seleção brasileira de futsal - Divulgação/CBF
Marquinhos Xavier é o técnico da seleção brasileira de futsal Imagem: Divulgação/CBF

Colunista do UOL

20/09/2022 10h41

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Times, dirigentes e empresários que vivem do futebol de salão vivem um momento conturbado na relação com a CBF. O blog ouviu várias reclamações sobre como uma das modalidades mais praticadas do país é tratada nos bastidores do Rio de Janeiro e de como isso impacta até mesmo a seleção brasileira de futsal, fato que é contestado pelo presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues.

São vários pontos de insatisfação, mas todos partem da falta de apoio financeiro. A expressão mais usada é "a CBF fechou a torneira para o futsal" e o exemplo mais recente é que o time só conseguiu fazer um amistoso contra o Japão por conta do apoio da federação local. Ainda de acordo com a lista de reclamações, o técnico Marquinhos Xavier teve problemas para formar o time por conta de desfalques que não puderam ser substituídos livremente pois a CBF não arcaria com o custo da viagem dos atletas até o outro lado do mundo. Por isso, só atletas que já atuavam naquele país foram convocados como reposição.

A CBF admite que a federação japonesa ajudou a custear o amistoso ao pagar passagens, acomodações, alimentação e local de treinamento, mas diz que também investiu R$ 292 mil para a ida dos atletas, sem especificar como na nota enviada. Sobre o corte dos jogadores, a entidade ainda afirmou que essa foi uma decisão da comissão técnica e que vários detalhes burocráticos como emissão de visto e autorização de vacinas impediam que jogadores de outros lugares do mundo viajassem para o compromisso.

A seleção brasileira também sofre para encontrar amistosos nas datas Fifa deste mês e precisou enfrentar o Japão duas vezes. Para o mês que vem, ainda não há calendário para a equipe de Marquinhos Xavier. França, Argentina e Marrocos tiveram a intenção de enfrentar o Brasil, mas não tiveram confirmação a tempo e já agendaram outros compromissos, o que também impede que os direitos sejam vendidos para uma emissora. Neste caso, segundo a CBF, o entrave está na análise do departamento jurídico para a aprovação dos jogos.

Por fim, um empresário revelou ao blog que a CBF tem dificultado a aceitação de patrocinadores que gostariam de apoiar a modalidade. Uma delas poderia bancar toda a temporada do futsal, mas foi recusada, segundo ele, sem nenhuma justificativa. Ao mesmo tempo que não topa gastar, a entidade também não quer dar a atenção necessária para quem quer apoiar, explicou.

Neste caso, a entidade também afirma que existe uma proposta, apresentada há cerca de um mês, que está sendo avaliada pelo jurídico da CBF para que, posteriormente, a negociação possa avançar ou não.

Praticado por mais de 14 milhões de pessoas, o futsal é um dos esportes mais populares do Brasil e pilar para a formação de vários profissionais do futebol de campo. Há, inclusive, um bom relacionamento entre Tite e companhia e Marquinhos Xavier. Por conta de uma obrigação da Fifa, a CBF foi obrigada a assumir o comando da seleção desta modalidade, mas ainda mantém as organizações nacionais sob o guarda-chuva da Confederação Brasileira de Futsal, que se reestrutura após ter uma dívida alta.

Confira a nota oficial da CBF sobre o tema

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) esclarece que a viagem da delegação, composta por 22 profissionais, foi custeada pelos organizadores dos jogos no Japão, com a parceria da CBF, que investiu R$ 292 mil na ida dos atletas. O Japão custeou todas as despesas relativas a passagens, acomodações, alimentação e local de treinamento. Portanto, não procede esta informação.

Vale lembrar também que o corte dos jogadores foi uma decisão da comissão técnica, cujos fatores envolveram desde as dificuldades para a emissão de visto em tempo hábil até a atualização de vacinas necessárias, entre outras situações.

Também não procede a afirmação a respeito da marcação de amistosos. Pelo contrário, a CBF vem negociando as datas sem qualquer entrave. Os jogos de setembro estão em andamento e existe um contrato em análise no departamento jurídico, no que diz respeito aos jogos de outubro. Já com relação a propostas de patrocínio, mais uma vez a CBF é alvo de especulações que não correspondem aos fatos. Existe uma proposta, apresentada há cerca de um mês, que está sendo avaliada pelo jurídico da CBF para que, posteriormente, a negociação possa avançar ou não.

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