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Danilo Lavieri

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Daniel Alves agrega mais no ambiente do que na bola. Vale a aposta de Tite?

Daniel Alves em ação pela seleção brasileira durante as Olimpíadas de Tóquio -  Abbie Parr/Getty Images
Daniel Alves em ação pela seleção brasileira durante as Olimpíadas de Tóquio Imagem: Abbie Parr/Getty Images

Colunista do UOL

07/11/2022 13h31

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A grande dúvida para a convocação de Tite para a seleção brasileira que vai para a Copa do Mundo de 2022 era a presença ou não de Daniel Alves. Aos 39 anos ele está muito longe de sua melhor forma física, treina no Barcelona B depois de uma temporada ruim no Pumas. Ao mesmo tempo, ele é um dos líderes do grupo, candidato até à faixa de capitão caso entre em campo e pode ajudar muito na gestão de ambiente. Vale a aposta?

Em um cenário de 26 jogadores, ter um atleta que não esteja na sua melhor forma pode ter menos peso do que se a lista estivesse com 23. Daniel Alves foi um dos piores jogadores do Brasil no amistoso contra a Coreia do Sul, especialmente pelo espaço deixado nas suas costas. Naquela mesma janela que também teve amistoso contra o Japão, Tite deixou claro que pensava em Éder Militão e até Fabinho como uma possível substituição caso Danilo não tivesse condição de ser titular.

Daniel Alves não foi bem no São Paulo, não foi bem no Barcelona e também não foi bem no Pumas. Mas como o próprio Tite disse hoje na coletiva (7), há um conjunto que também envolve o extra-campo para analisar o nome dos convocados. Até porque se fosse o gramado a única coisa que importasse, o lateral direito não estaria na lista de Tite. E não é à toa que ele tem essas alternativas para o setor testadas durante o ciclo.

Além disso, a comissão técnica viu uma boa resposta do jogador durante seus treinos físicos, mesmo sem nenhuma partida oficial disputada desde a última lista divulgada para os amistosos quando ele era ausência por questões físicas contra Gana e Tunísia.

Há o outro lado da moeda. Em uma concentração de mais de 40 dias fora de casa, também é importante o convívio dos atletas. Vários treinadores do Brasil na história da Copa já convocaram jogadores de sua confiança que os ajudavam na gestão do dia a dia. Isso foi muito levado em conta por Tite e companhia na hora de fechar a lista. Basta ver Cesar Sampaio, auxiliar do técnico, rasgando elogios ao veterano minutos depois de a lista ser revelada.

Daniel Alves é uma liderança inegável neste grupo com os mais experientes como Neymar, Thiago Silva e Marquinhos. Eles têm ótimo relacionamento fora de campo, frequentando a casa um do outro. Além disso, o jogador também foi referência do grupo que levou o ouro olímpico no Japão. Ganhar um Mundial exige bons jogos, mas também demanda um ótimo ambiente de relacionamento entre os convocados para que os atletas entrem na melhor forma mental.

Mesmo fora de campo, ele poderá exercer a sua liderança em cima dos convocados não só nas preleções no vestiário, mas no dia a dia no convívio da concentração. Tite presta muita atenção na atitude de cada atleta durante as convocações. E aí isso pesou demais para que Dani conseguisse a vaga. Não é à toa que ele é o jogador mais vitorioso da história do futebol brasileiro.

Os 26 convocados de Tite para a Copa do Mundo

Goleiros: Alisson, Ederson e Weverton
Laterais: Daniel Alves, Danilo, Alex Sandro e Alex Telles
Zagueiros: Bremer, Militão, Marquinhos e Thiago Silva
Meio-campistas: Bruno Guimarães, Casemiro, Everton Ribeiro, Fabinho, Fred e Lucas Paquetá
Atacantes: Antony, Gabriel Jesus, Gabriel Martinelli, Neymar, Pedro, Raphinha, Richarlison, Rodrygo e Vini Jr

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