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Palmeiras está certo em não gastar; errado é o Corinthians ao falar em CR7
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Com problemas de fluxo de caixa e longe de ter dinheiro sobrando para ir ao mercado da bola, o Palmeiras tem sido alvo de críticas por parte de sua torcida no início de 2023. Mesmo vendo o clube com nome na Fifa por conta de uma dívida com o Peñarol, o torcedor entende que a diretoria deveria gastar com reforços para Abel Ferreira.
A impressão de que ser responsável está errado vem de uma cultura do futebol brasileiro onde muitos dirigentes passam pelos seus cargos e gastam o que tem e o que não tem, sem pensar se a situação é sustentável ou não. Quem cumpre com seus compromissos é apontado como o trouxa. Quem gasta o que não tem não enfrenta nenhum tipo de punição.
Basta ver que há dias o presidente do Corinthians, Duílio Monteiro Alves, estava ao vivo na TV Bandeirantes falando que seu clube gostaria de contratar Cristiano Ronaldo pagando o mesmo salário que ele tinha no Manchester United: aproximadamente R$ 13 milhões por mês. Em um clube que tem a dívida na casa do R$ 1 bilhão. Ele também admitiu interesse em Philippe Coutinho, que custou 17 milhões de libras na sua última transação.
O time de Parque São Jorge é apenas um dos exemplos. O Atlético-MG divulga há anos que passa por um processo de reestruturação, mas não topa pagar o preço de cortar custos. O time recebe aportes dos empresários e aumenta a sua dívida enquanto Rodrigo Caetano, diretor executivo do clube, dá entrevistas dizendo que a situação financeira é delicadíssima. O São Paulo é outro que atrasa salários e imagem, aumenta a dívida, mas segue no mercado para atender aos desejos de Rogério Ceni.
Como exigir de um clube mais investimento se ele não consegue nem mesmo honrar com os seus pagamentos atuais? Os exemplos de Cruzeiro, Botafogo e Vasco não bastam para que a torcida entenda que também é necessária responsabilidade na hora de gastar e não só pensar em ganhar títulos? Será que Palmeiras e Flamengo estão há tanto tempo entre os protagonistas à toa ou são reflexo de uma política de reestruturação financeira e administrativa?
Voltando ao Palestra Itália, o clube precisava ser mais transparente ao explicar ao seu torcedor como o time ganha tanto, com bilheteria, premiações e vendas de atletas e ainda assim não tem fluxo de caixa para honrar seus compromissos? Por que dívidas a longo prazo e com juros baixos como a que existia com Paulo Nobre ou com a Crefisa foram pagas com tanta pressa? Por que foi necessário adiantar recebíveis da Crefisa no ano passado?
Ainda que seja detectado um erro na estratégia financeira do clube, nada disso justificaria gastar mais do que pode e/ou aumentar o rombo em nome da competitividade. Se remediado a tempo, esse erro pode não ser decisivo no futuro próximo do Palmeiras, que poderá manter o seu torcedor assistindo de perto a finais dos principais campeonatos do continente.
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