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Leila rebate apelido de blogueirinha: "Sou mais homem que muito homem"
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O apelido de "blogueirinha" dado por parte da torcida do Palmeiras a Leila Pereira não é um tema que a incomoda. Pelo menos foi o que a própria presidente disse em entrevista exclusiva ao blog.
Em papo que durou mais de uma hora, a dirigente falou de diversos temas e disse ter certeza que a maior parte das críticas vem de uma minoria barulhenta da torcida do Palmeiras. Ela ainda falou sobre a decisão de jogar hoje (4) no Morumbi contra o Santos e do acordo que fez com o São Paulo e ainda sobre a comunicação do clube com a sua torcida.
O UOL já publicou dois trechos ontem (3) com declarações de Leila sobre os custos da operação do avião e sobre Abel Ferreira e o interesse da seleção brasileira. O blog ainda divulgará mais alguns tópicos ditos pela cartola nos próximos dias.
Confira a terceira parte da entrevista da presidente palmeirense
Danilo Lavieri - Hoje, a oposição no Palmeiras é muito pequena. Você não teve nem adversário na última eleição. Mesmo o COF que fiscaliza algumas operações é dominado pelos seus apoiadores. Para um clube não seria mais saudável ter uma oposição organizada e atuante?
Leila Pereira: É porque está dando certo! Eu não sou unanimidade. Tenho oposição, mas o trabalho da gente é tão correto e vitorioso que eles têm que "surrender" (palavra em inglês que significa se render). Vivemos a melhor fase do Palmeiras, entendeu? Não tem o que falar dessa fase. Vai falar o quê? O patrocínio é uma droga? Não. O time é vitorioso? É. A base revela? Sim. A presidente dá atenção para o associado? Sim. Vai falar o quê? É aí que começam essas elucubrações. Ai, mas o Abel chutou o microfone. Aí, a Leila é blogueira. Sempre deixei claro para os conselheiros que estou lá no clube duas vezes por semana e pode conversar comigo seja com quem for. Mas poucos da oposição me procuram. É saudável ter oposição? Claro. Mas não só da oposição. Mesmo pessoas da situação podem falar algo que eu deveria melhorar. Eu sou uma presidente que tenho ideias, não convicções. Convicções são perigosas. Eu mudo sempre, eu reflito. Sou uma pessoa aberta. Por isso que é difícil ter oposição no clube, sou uma pessoa transparente. Eu nunca me beneficiei de absolutamente nada do Palmeiras. Quando viajo vou no meu avião e pago, eu pago meu hotel, sempre fiz isso como patrocinadora também. Não gero despesa. Vão falar o que de mim? Coloco um caminhão de dinheiro, comando um clube vitorioso, dou total liberdade para os bons profissionais, eles sabem disso. Não tenho medo de nada, zero. As pessoas falam que eu sou mulher, vão gritar e vão se assustar. Sou mais homem do que muito homem. Eu já fiz coisas no Palmeiras, politicamente, que muitos homens não fizeram. Lideranças de 500 anos e cadê? Eu combati esse tipo de politicagem antiga que não cabe mais em clube de futebol. Esquece esses cartolas antigos. Um clube precisa esquecer isso se quiserem ter uma vida sem se transformar em empresa? E a maioria dos clubes que se transformaram em empresa se transformaram porque estão quebrados! O mais difícil é mudar a cabeça das pessoas. Precisamos mudar a nossa cabeça e esquecer a politicagem do passado.
Como você lida sendo chamada de blogueirinha nos protestos e nas redes sociais?
Leila Pereira: Isso afeta quem não se conhece. Eu sei o que eu faço. Eu sei o que eu sou. Eu tenho rede social como milhões de pessoas têm há anos. Eu gosto de muitas blogueiras, mas não sou. Engraçado que sou chamado de blogueira, mas tem outros que me criticam que ficam uma hora na rede social falando e essa pessoa é o quê? Eu sou a blogueira do bem e tem os que são blogueiros do mal. Eu não ligo para esse tipo de bobagem.
Você também foi criticada por jogar no Morumbi. O que fez você tomar essa decisão?
Leila Pereira: Me falaram que eu ia ser criticada politicamente. Mas eu falo: o que é melhor para o futebol? É fazer esse tipo de coisa? A gente vai jogar lá. Me falaram que não ia ser bom, mas perguntei o que era melhor. Jogar no Morumbi? Então vai jogar lá. Tenho que agradecer demais ao Júlio Casares, presidente do São Paulo, que em uma atitude extremamente correta, corajosa, porque ele também deve ter sido criticado? Quantas vezes o Palmeiras já não jogou no Morumbi? Vamos jogar lá, se eles precisarem jogar no Allianz, eles vão jogar no Allianz e a rivalidade tem que ser dentro de campo. Temos que fortalecer o produto futebol. Esquece. Não queremos mais isso de coisa do passado. Ainda tem resquícios de politicagem velha no Palmeiras, estão na oposição, são os birrebaixados, entendeu? Isso eu não deixo mais. Não tenho medo de nada. Eu sei e estou comprovando o que é o melhor para o Palmeiras, olha a fase maravilhosa que estamos. E vai sempre continuar assim. Eu penso 24 horas no Palmeiras, me afastei das minhas empresas. É um período fantástico essa minha vida. É muito representativo, uma mulher em um clube italiano, bem machista, ser eleita e fazer um trabalho vitorioso. Eu sei das minhas virtudes. Quando ganha não é a presidente e quando ganha é. Não quero festa para mim, mas quero festa para o Palmeiras. Nós fomos extremamente vitoriosos e estamos na história de uma forma vitoriosa.
O Palmeiras é muito criticado pela questão de transparência nos comunicados, por posicionamentos em questões sociais e até mesmo o Abel reclamou que a diretoria não pode ficar só nos e-mails. Você acha que o clube está no caminho certo na comunicação?
Leila Pereira: Estou totalmente de acordo. O Palmeiras se comunica da forma que a presidente acha que precisa se comunicar. Nossa área de comunicação é totalmente alinhada com a presidente. Eu sou presente, eu delego funções, claro. Não tem como administrar sozinha. Mas quando se refere a como o Palmeiras vai se posicionar, a presidente tem que saber. Todas as nossas publicações são aprovadas por mim. Acho importante para os nossos profissionais. Dou muita força para todos eles. A linha de posicionamento é a da presidente do Palmeiras, tá? Estou totalmente de acordo. E sobre o Abel, expliquei para ele direitinho. O Abel sabe de tudo o que ocorre com o clube, a gente é muito próximo, o diretor de futebol também. Eles sabem de tudo. As dificuldades que a gente tem com arbitragem e etc, a presidente vai até a CBF sozinha, conversa com o diretor, o Palmeiras não quer ser beneficiado em nada, mas não admite prejudicar. A gente passa e-mail sim, mas para documentar o que foi conversado. Ficam dando muita polêmica para isso e deixando de lado as conquistas da gente, entendeu? O Abel é um treinador extremamente vitorioso, competente, um dos melhores do mundo. Então ficam pegando essas bobagens, essas firulas. Deixando de levar em conta todo o trabalho que desempenha no Palmeiras.
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