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Danilo Lavieri

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Não é por acaso que Palmeiras bate um recorde atrás do outro com Abel

Colunista do UOL

20/03/2023 04h00

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A vitória contra o Ituano colocou o Palmeiras de Abel Ferreira na sua 11ª decisão em menos de três anos. Nos três estaduais que disputou, ele chegou até o último jogo. São 12 finais desde 2020, quando ainda com Vanderlei Luxemburgo ganhou a taça do Estado do Corinthians. E nada disso é por acaso.

O Alviverde colhe frutos de uma reformulação que começou em 2013 e tem em 2014 o seu grande símbolo. Naquele ano, Paulo Nobre optou por ter um time econômico mesmo em pleno centenário e estreia de Allianz Parque, quase caiu pela terceira vez, mas resistiu e virou referência no país desde então.

Não só pela reestruturação econômica, mas também pela mudança de pensamento na hora de investir nas categorias de base. Hoje, mesmo sem agir no mercado da bola após perder dois de seus melhores jogadores em 2022, consegue chegar à quarta final consecutiva pela primeira vez na sua história.

Coisa que era impossível de imaginar em um Palmeiras que vivia quase que só de Vagner Love como única grande revelação nos anos 2000. O que também ajuda bastante é a manutenção de uma equipe de trabalho que tem Abel Ferreira como seu grande líder.

O português alcança outro recorde ao passar Luiz Felipe Scolari como o técnico com mais finais. Ele acertou em cheio ao driblar a falta de reposição de Danilo ao recuar Zé Rafael e dar nova chance a Gabriel Menino, jogando quase como um segundo meia ao lado de Raphael Veiga. Esse é o coração desse time, que tem Rony à frente como símbolo máximo de resiliência.

O Palmeiras chega a mais uma final como o favorito, já tem o título da Supercopa e mostra que em 2023 vai ser de novo candidato a tudo o que disputa, sempre com o lema de seu comandante: Em mares calmos, não se fazem bons marinheiros.

"Há pessoas que dizem que não têm que provar mais nada a ninguém. Eu penso o contrário. Penso que tenho que provar todos os dias, que o que eu faço não é suficiente. Nunca estou satisfeito. Sempre acho que tem espaço para melhorar, sempre estou em dúvida se vou ganhar o jogo ou não. Sempre aprendendo com outros treinadores. Tenho minhas inseguranças, tenho de provar constantemente que mereço estar onde estou. Mas isso sou eu, desde pequeno. Ninguém nunca me deu nada, sei de onde vim, que fui jogador por esforço meu. Nunca bati bola com meu pai, nem sei se ele sabe chutar uma bola. Fui o único na família que virou jogador e ninguém mais vai ser. Eu sei o quanto me custou chegar até onde cheguei como jogador e treinador. Não estou satisfeito", disse o técnico.

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