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Danilo Lavieri

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Resistência de Vini Jr é assombrosa, e futebol precisa agir e não falar

Colunista do UOL

22/05/2023 11h44

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Aos poucos e em velocidade bem abaixo da ideal, Vini Jr consegue fazer algumas figuras importantes do futebol mudarem a sua postura em relação ao crime do racismo. É fundamental destacar que o combate ainda está bem abaixo do que deveria em pleno 2023 e que palavras nunca serão o suficiente. Precisamos ver ações, punições e exemplos para os que ainda acham isso normal.

Ainda assim, a resiliência do brasileiro tirou alguns figurões da zona de conforto - e, em alguns casos, mostrou como o preconceito está enraizado, como vimos, inclusive, em capas de jornais por lá.

Só hoje (22), a Fifa e a Federação Espanhola de Futebol se manifestaram para apoiar o jogador e combater os racistas. Essa última convocou coletiva por meio do seu presidente para repreender a La Liga.

Lembremos que por lá o campeonato é organizado pelos clubes e o representante máximo da competição, Javier Tebas, foi extremamente infeliz e irresponsável ao dar bronca em Vinicius, a vítima do lamentável episódio registrado em Valencia.

Aliás, ao tomar a bronca, o atacante do Real Madrid de apenas 22 anos foi mais uma vez brilhante ao não se intimidar e dar a tréplica cobrando ação. Ele foi massivamente apoiado por figuras do futebol, desde Rio Ferdinand até Ronaldo Fenômeno, de Neymar a MBappé.

Ontem, a CBF também veio a público para cobrar ações dos espanhóis, assim como clubes brasileiros e até mesmo o governo do país, representado por Luiz Inácio Lula da Silva e por seus ministros como Flávio Dino e Silvio Almeida.

Carlo Ancelotti, técnico do Real Madrid, finalmente adotou a postura desejada e foi muito mais enfático ao cobrar ações contra o racismo, depois de minimizar esse problema em algumas ocasiões. Florentino Pérez, presidente dos Merengues, também manifestou apoio.

Vini Jr poderia muito bem simplesmente deixar o futebol espanhol depois de tantos episódios absurdos e lamentáveis, que muitas vezes passaram como se fossem comuns. Ele não é obrigado a resistir a tais absurdos. Ainda assim, a postura do atacante é de ficar e resistir. Baila, Vini. Baila que estamos com você.

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