Como Bahia x Palmeiras mostra muitas mazelas do Brasileirão em um jogo só

Analisando calmamente a partida entre Bahia e Palmeiras na última quarta-feira é possível listar vários problemas que deixam claro como o Brasileirão é um produto maltratado por quem comanda não só a competição, mas também pelos próprios clubes que participam dela. E olha que essa edição é a recordista de público. Já pensou se fosse melhor cuidada?

A começar pelo mais óbvio: o calendário. Por conta da Data Fifa, o Alviverde jogou sem quatro de seus principais jogadores. Rony, Veiga, Weverton e Piquerez estão no esqueleto de uma equipe que consegue ser competitiva em tudo o que entra e não jogaram por estarem representando as suas seleções na véspera.

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A CBF vendeu a todos que esse Brasileirão seria o primeiro a parar em uma Data Fifa, o que foi uma grande mentira. Mais uma. O Alviverde conversou com a entidade pensando em mudar o jogo para quinta, mas foi impedido por causa de uma partida do Fluminense. Mas o que os cariocas têm a ver?

A equipe de Fernando Diniz joga na próxima terça-feira pela Libertadores e teria que jogar no sábado a próxima rodada do Brasileirão para ter o tempo mínimo de descanso. E o Bahia é o adversário do fim de semana. Logo, os baianos não poderiam atuar na quinta-feira, por já terem um compromisso inadiável no sábado.

Ainda que fosse possível, essa mudança teria de passar pelas mãos da TV, afinal, é ela quem faz o Brasileirão valer milhões. Ainda neste caso, não adianta culpar só CBF, Conmebol, Globo... Os clubes, inclusive o Palmeiras, também têm muita culpa nisso. Afinal, assinaram recentemente uma renovação de 16 datas para um Estadual que inviabiliza todo o restante do ano.

Sem essas 16 datas, seria possível fazer uma parada de verdade na Data Fifa. Mas será que o Palmeiras quer abrir mão dos milhões que vem da Federação Paulista de Futebol? Aí não adianta reclamar da CBF, do calendário, da Globo...

O que podemos colocar na conta da CBF são outros dois itens que ficaram bem claros em Bahia x Palmeiras. Não é mais possível que o Brasileirão tenha o discurso de querer ser um dos produtos mais valorizados do mundo e tenha gramados horríveis. Mais uma vez, a Arena Fonte Nova apresentou um piso com falhas que faziam a bola quicar.

E olha que o estádio em Salvador está longe de ser o pior. O Mineirão está uma vergonha, o Castelão não fica longe e o Maracanã precisou ser fechado (de novo) para que alguma solução seja encontrada. Será que nós acreditamos?

Por fim, não tem como deixar de falar de arbitragem. Desta vez, especificamente, da tecnologia de vídeo. A CBF se orgulha de aumentar receita ano a ano, de ter uma gorda conta bancária. Tudo isso para quê? Para falar que a tecnologia da linha de gol é cara? Para depender das imagens da Globo no VAR? Para que serve o dinheiro da CBF se não melhorar o Brasileirão?

Pior para os que esperam que no futuro tudo melhore é que a Liga de Clubes que poderia fazer isso melhorar a partir de 2025, aparentemente, está longe de sair. E se ficarmos apenas com blocos econômicos negociando os direitos, adivinha quem é que segue no comando do Brasileiro? Pois é.

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