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Palmeiras tem queda de rendimento por falhar nas suas marcas registradas
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Ainda está longe de ser uma crise, mas o momento vivido pelo Palmeiras de Abel Ferreira é bem raro. Pela primeira vez desde 2021, o Alviverde perdeu duas partidas seguidas no Brasileiro. Depois de um ano, viu sua invencibilidade no Allianz Parque cair. A queda de rendimento tem algumas explicações, mas as principais delas estão na queda das marcas registradas deste time que ocupa manchetes como o mais competitivo do país há um bom tempo.
A mais óbvia é a perda da eficiência no ataque. A equipe do português é marcada por muitas vezes nem ter tantas chances na frente do gol, mas nas poucas vezes que chega normalmente consegue ser fatal. Foi assim, por exemplo, contra o São Paulo, quando venceu por 2 a 0 no Morumbi. Já contra Bahia e Botafogo essa situação foi a inversa. Foram 15 chutes contra o time carioca e outros 10 contra os baianos e nenhuma vez com a rede balançada.
O Palmeiras também sofre mais do que se acostumou a sofrer em 2022 com as investidas adversárias. Parte disso acontece pela mudança de perfil da saída de Danilo e a entrada de Zé Rafael na função. Weverton trabalha mais do que na temporada passada, mas ainda está entre as melhores defesas do Brasileirão. O time parece menos vibrante após a Data Fifa e, normalmente, cai de rendimento após longas pausas.
No aspecto comportamental, dá para ver um time com algumas falhas que não cometia. Ontem, por exemplo, Dudu e Artur preferiram parar para reclamar com a arbitragem e não correram para recompor a marcação mais de uma vez. Aqui não vem nem ao caso julgar se Anderson Daronco acertou ou não, mas a ideia é pontuar que a volta dos atacantes de lado para dar o primeiro combate sempre dificultou a vida dos adversários e ontem isso não foi tão eficiente. Não se pode deixar o jogo de lado para reclamar com a arbitragem, por mais certeza que você tenha que a falta deveria ter sido marcada.
Ainda falando de aspecto individual, outra queda de rendimento em um ponto-chave do Palmeiras ficou por conta de Raphael Veiga. Não só pelo pênalti perdido de uma maneira para lá de estranha, mas pelo péssima atuação do meia que se acostumou a ser a referência dessa equipe. Até mesmo na cobrança de escanteio ele foi muito mal e ofereceu até contra-ataque para o Botafogo em uma batida horrível no pé do marcador no primeiro pau. Rony também não foi tão bem, apesar de não deixar a vontade de lado.
Por fim, há algumas tentativas de Abel que já não têm feito mais sentido, como a entrada de Bruno Tabata. O meia não foi nada bem nas últimas duas partidas e já pode perder lugar na fila para Luís Guilherme, jovem da base que deu frescor ao setor ofensivo nas duas vezes em que entrou.
Mais uma vez: a crise está longe. Ainda que ficasse sem ganhar nada nesta daqui para frente, o Palmeiras já tem dois títulos nesta temporada. Mas é importante saber que a régua de exigência da torcida e da imprensa subiu muito pelo próprio sucesso do Alviverde. A sequência que vem é dura: brigar pela primeira colocação da Libertadores com o Bolívar, pegar o Athletico fora de casa e em seguida abrir o mata-mata contra o São Paulo pela Copa do Brasil, com direito a encontros com Flamengo e Inter no meio disso. Não é fácil, mas normalmente é nas piores dificuldades que esse time responde. Vamos ver se será assim desta vez.
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