Será que a solução para o sistema vai ser importar árbitros de futebol?
O Campeonato Brasileiro tem metade das equipes com técnico estrangeiro. Entre os sete primeiros, são três portugueses e dois argentinos, com dois brasileiros. Há quem tente negar, mas o movimento é uma clara resposta ao nível decadente dos treinadores brasileiros. Até a seleção terá um gringo no ano que vem, veja você. Será que essa importação vai ser a solução também para a arbitragem?
Claro que há erros entre os que apitam na Europa, mas me parece bastante claro que o nível dos absurdos é bem menor. Até por decisões como a da Liga da Inglaterra, de engrossar a linha do VAR para favorecer o gol. O impedimento foi criado para quem tira vantagem claramente de uma posição e não para quem está milímetros à frente do rival.
Não é possível que a arbitragem consiga piorar a cada rodada que passa. Erros cada vez mais graves vão enchendo a geladeira da CBF. Será que cabe mais um? E o VAR? Que chega ao futebol para diminuir o número de erros e tomar decisões mais claras e consegue ser cada vez mais inconclusivo?
É certo as imagens serem da emissora que transmite o jogo, seja ela ESPN, Sportv, Globo, SBT ou UOL? É certo a CBF ter R$ 1 bilhão em caixa e não instalar a tecnologia da linha de gol? É certo os árbitros não terem um treinamento de acordo com o tamanho dos prêmios que pagam o Brasileirão e, principalmente, a Copa do Brasil?
Há 10 dias, João Martins, auxiliar de Abel Ferreira no Palmeiras, deu uma péssima declaração. Disse que o sistema não quer ver o Alviverde campeão duas vezes seguidas. Qualquer um que acompanha o futebol além do seu próprio clube sabe que a afirmação não é correta.
Nem só pela falta de provas, mas também por algo que é bem claro: toda rodada tem alguém reclamando, o prejudicado de hoje é o beneficiado de amanhã. E assim estamos há décadas.
Quis o destino, no entanto, que a falha do sistema ficasse ainda mais exposta após a declaração do português. E isso não dá razão a ele. Na verdade, até tira. De lá para cá, o Goiás fez escândalo por um pênalti marcado contra o Santos, o América-MG detonou a arbitragem contra o Coritiba, o Grêmio perguntou se a CBF tinha alguma coisa contra ele após o jogo contra o Botafogo.
Ontem (11), o Bahia foi prejudicado de forma escandalosa por um pênalti marcado a favor do Grêmio, e o Flamengo decretou a Lei do Silêncio por achar a arbitragem muito ruim contra o Athletico. No fim de semana, também já reclamava de pênalti não marcado em cima de Everton Ribeiro contra o Palmeiras.
Tudo só piora no jeito de os clubes resolverem as coisas. Dão espetáculo clubistas nas coletivas quando são prejudicados e fingem que não enxergam nada quando são beneficiados.
A CBF, por sua vez, merece elogios pela transparência na hora de analisar os lances, mas consegue se complicar até na hora de rebater a péssima declaração de João Martins citando xenofobia e, depois, piora a situação ao ignorar os ataques feitos por Felipão, Renato Gaúcho e Harlei? Para citar só os três por hoje.
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