Danilo Lavieri

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Como efeito Flamengo ajudou time da Série D mesmo após goleada histórica

O Maringá entra em campo hoje (29) para disputar a primeira partida do mata-mata da Série D diante do Camboriú. Quem vencer vai às oitavas. O time do interior do Paraná tem feito sucesso no aspecto regional e, depois de chamar a atenção do Brasil no confronto contra o Flamengo pela Copa do Brasil, tem o sonho de disputar a Série C em 2023.

O time que foi fundado em 2010 e virou clube-empresa em 2019, depois de chegar a cair para a segunda divisão do Estadual. De lá para cá, vem colhendo frutos da profissionalização e viveu o maior boom de sua história este ano, quando chegou a vencer o Flamengo na partida de ida e acabou sofrendo uma goleada de 8 a 2 na volta.

Nem mesmo a acachapante derrota foi o suficiente para atrapalhar os planos do Maringá. Pelo contrário. A equipe, que foi vice do Paranaense em 2022 e chegou até a semi este ano, com a terceira melhor média de público do Estado, conseguiu arrecadar cerca de R$ 5 milhões só com essa partida e lembra até hoje como foi importante o duelo.

Em entrevista à coluna, o presidente do Maringá, João Mazzer, lembra que chegou a torcer para encarar os times mais fracos na hora do sorteio, mas que não sabia o benefício que seria enfrentar o atual campeão da competição. Ele revela, inclusive, que o lucro só não foi maior para poder honrar o slogan do clube.

"Eu sonhava com alguns times, queria pegar os mais fáceis e aí, quando pegamos o Flamengo, eu primeiro lamentei. Mas depois foi uma comoção. Não tinha a exata ideia do que era o efeito Flamengo. Estava primeiro sonhando com oitavas, mas em cinco minutos meu telefone tocou. Muita gente querendo comprar o jogo e levar para Brasília, Recife? Tantas outras cidades que nem lembro", afirmou Mazzer.

"Nem levamos em consideração vender o jogo porque temos o lema de que mais do que um clube, somos uma cidade. Era uma baita grana, empresarialmente poderia ter sido o correto ou até ter levado para o Estádio do Café, em Londrina, mas não fizemos isso. Subimos o ingresso de R$ 25 de uma primeira fase para até R$ 190 nesse jogo e vendemos tudo em 20 minutos. Foram R$ 2 milhões e pouco de porta, hotéis lotados, cidade movimentando e tudo potencializou nosso time", completou.

Depois de acertar 19 dívidas trabalhistas e recolocar o clube nos trilhos, hoje o presidente vê o Maringá saindo de uma folha salarial de R$ 280 mil no começo da temporada para R$ 420 mil neste momento, com o sonho de buscar uma vaga na Série C, com direito a reforços para isso.

"O jogo foi maravilhoso em termos de exposição. Nossos patrocinadores ficaram felizes, pudemos mostrar que o projeto deu certo. Tivemos exemplos onde o Maringá ultrapassou o mundo do futebol, com a ação do Cartolouco, por exemplo, que passou dias com a gente e mostrou nosso ambiente para milhares de pessoas."

Além da vaga na Série C em 2024, o clube projeta faturar R$ 1 milhão com negociações de jogadores. Em 2027, a ideia da empresa que comanda o clube é estar na Série B. Tudo isso com o dinheiro conquistado na Copa do Brasil sendo usado não só para melhorar o elenco, mas também a estrutura, com equipamentos de academia no CT e até aparelhos de GPS para otimizar os treinos.

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"Hoje, temos condições de segurar jogadores para propostas de times da Série D e até Série C. Para a Série A a gente negocia porque temos um compromisso com os atletas, assim como para experiências internacionais. Mas hoje temos prestígio com torcida e no mercado", finalizou.

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