Danilo Lavieri

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Campeonato Saudita vai dar boa audiência no Brasil? Especialistas analisam

O Campeonato da Árabia Saudita não para de ser notícia por causa das contratações de nomes de peso no futebol em todo o mundo. São mais de R$ 2 bilhões em reforços, com nomes como Cristiano Ronaldo, Kanté, Mané, Firmino e Benzema. A repercussão foi imediata e já fez canais garantirem os direitos para a transmissão dos jogos, inclusive no Brasil. Mas será que vai fazer sucesso?

A Band anunciou que comprou os direitos para transmitir na TV aberta e também no BandSports, no canal por assinatura do grupo, enquanto a Goat, plataforma de streaming recém-lançada, também vai exibir os jogos. Na sexta-feira, já haverá a primeira transmissão a partir das 15h.

A temporada 2023/2024 da Liga da Arábia Saudita de futebol vai contar com 34 rodadas e se encerra em 27 de maio de 2024. Além das estrelas já citadas, o Árabe ainda tem brasileiros como Anderson Talisca (Al-Nassr), Alex Telles (Al-Nassr) e Romarinho (Ittihad Club), além dos técnicos Jorge Jesus e Luís Castro, que treinaram Flamengo e Botafogo, respectivamente.

O que dizem os especialistas

A potencialização da transmissão esportiva no Campeonato Árabe por meio da presença estratégica de grandes jogadores não é apenas uma evolução tática, mas uma revolução que transcende as fronteiras do campo e conquista a atenção global. Essa colaboração, que equilibra paixão, talento e tecnologia, é um testemunho da maneira como o esporte não apenas une nações, mas também solidifica seu lugar em um cenário global de entretenimento e negócios. Não se trata apenas de atrair uma audiência mais ampla; trata-se também de transformar essa audiência em uma fonte de receita sustentável. O impacto positivo dos grandes jogadores nas transmissões é um catalisador para a geração de mais receitas através do aumento das vendas de ingressos, patrocínios e direitos de transmissão. Além disso, a internacionalização da marca se desenrola organicamente à medida que os fãs ao redor do mundo se identificam com as estrelas e se conectam à liga Fernando Patara, cofundador e Head de Inovação do Arena Hub.

Há um ano, qual a probabilidade de você parar para assistir a jogos do Campeonato Árabe? Hoje, as expectativas são proporcionais às contratações e relevância dos jogadores que contrataram. A comercialização de direitos de transmissão ao redor do mundo é uma consequência desse interesse. E também, mais um passo dentro da estratégia de solidificação da Árabia Saudita como um mercado relevante para o futebol e de fortalecimento da sua candidatura para sediar uma Copa do Mundo Armênio Neto, sócio-fundador da Let's Goal

Ídolos são ímãs de audiência, em seu projeto de reposicionamento de marca como país, o futebol árabe tem investido pesado em grandes nomes do futebol justamente para atrair os olhos do mundo não só para o futebol mas também para sua cultura que procura estar cada vez mais aberta ao mundo ocidental Ivan Martinho, professor de marketing esportivo pela ESPM

Estou curioso para ver a audiência da Liga da Arábia Saudita no Brasil. Muitos atletas brasileiros conhecidos atuam por lá, outros mais foram recentemente contratados de grandes clubes europeus juntamente com atletas mundialmente conhecidos como Karim Benzema. Teremos qualidade nas partidas, resta saber o quanto a estratégia de promover o campeonato aqui será efetiva Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports

Os fãs são os maiores beneficiados com as novas opções de transmissões, mas vale lembrar que é muito importante aos clubes na retenção e prospecção dos novos consumidores, e obviamente, aos superatletas que também se consolidam e outros se tornam conhecidos em novos continentes. Vejo como altamente positivo para todas as partes envolvidas Renê Salviano, CEO da Heatmap

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Cristiano Ronaldo e Messi são os únicos dois atletas que independentemente de onde estejam, "carregam" consigo torcedores que torcem por eles, e não por seus clubes necessariamente, de todas as idades, e de qualquer nacionalidade. São duas figuras que representam o que foi a última década do futebol mundial. Quando sauditas contratam Cristiano Ronaldo, não o contratam para garantir que uma equipe saudita ganhasse seus jogos, locais ou de competições continentais. Essas vitórias poderiam ser garantidas por vários outros atletas. Cristiano foi contratado para que aqueles que querem o ver sempre, tenham que ver a Liga Saudita. Pagaram por uma audiência mundial, fragmentada, em diferentes públicos; de homens, mulheres, adultos, crianças, idosos, e de diferentes religiões; para um produto saudita, diferente do petróleo Thiago Freitas, COO da Roc Nation

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