Danilo Lavieri

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Abel sobe 2.700% no Instagram com Palmeiras e lidera ranking no Brasil

Abel Ferreira é o técnico de futebol mais seguido no Campeonato Brasileiro. Com 1,4 milhão de seguidores no Instagram, o palmeirense registrou um aumento de 2.700% desde a sua chegada ao Brasil, quando ele tinha aproximadamente 50 mil seguidores.

O perfil de Abel foi criado quando ele assumiu o PAOK, da Grécia, e registrou 14 mil seguidores no fim de 2019. Em outubro de 2020, ao assumir o Alviverde, o número não parou de crescer.

Ainda assim, o número está bastante abaixo de outros técnicos de renome mundial, como Carlo Ancelotti, que tem 12,8 milhões, Guardiola, que tem 6,8 milhões, e até Mourinho, com 3,8 milhões.

Usar as redes sociais já é algo comum para todos os jogadores de futebol, mas ainda não é uma prática usada por todos os treinadores. O português, por sua vez, fala constantemente de suas redes sociais até mesmo em entrevistas e até avisa que deixará mensagens e vídeos de exemplos que segue na vida e no trabalho.

"Esse caso é um típico caso de ganha-ganha. Os treinadores aumentam sua base, ganhando potencial para novas ativações e possibilidades para ações com o mercado publicitário, e os clubes passam a ter um grande ativo que aumenta seu potencial de internacionalização e relacionamento com novos mercados", analisou Bruno Brum, CMO da Agência End to End, empresa que conecta o torcedor à sua paixão e é um hub de soluções e engajamento para o mercado esportivo.

No país, quem surgiu com destaque e conteúdos diferentes foi Muricy Ramalho, ainda quando estava como comentarista do Grupo Globo. Atualmente ele conta com 950 mil seguidores, marca considerada expressiva entre técnicos de futebol.

"O Brasil figura nas primeiras posições de usuários e engajamento em todas as redes sociais. No futebol, tal efeito se multiplica e todos os protagonistas acabam tendo uma atenção ainda maior das torcidas, que ávidos por acompanhar o dia a dia e todos os detalhes do time do coração ou até mesmo dos adversários, passam a seguir jogadores e técnicos de destaque", explica Ivan Martinho, professor de marketing esportivo pela ESPM.

No futuro, os especialistas entendem que os técnicos que souberem utilizar esse artifício poderão também lucrar com posts e stories, assim como fazem os jogadores. Recentemente, o caso mais famoso é o de Neymar, que é pago por cada post que exalta a Arábia Saudita.

É o que entende Renê Salviano, CEO da Heatmap e especialista em marketing esportivo, e que faz a captação de contratos entre marcas envolvendo profissionais do esporte.

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"Vai chegar o momento em que no ato da negociação de contratos, a pauta será o poder de crescimento das redes sociais. Isso vale para uma instituição com forte engajamento, assim como para os super atletas, que ao serem contratados, mudam completamente o patamar da rede da instituição. É o novo mundo, onde a audiência vale ouro e vira um grande patrimônio das partes envolvidas", explica.

Já o especialista em negócios do esporte e sócio-fundador da Let'sGoal, Armênio Neto, lembra de alguns cases precursores deste período, numa época em que as redes sociais ainda surgiam e era necessário criar novos tipos de oportunidades para os negócios.

"O número de seguidores é um bom termômetro de popularidade, mas raramente vemos treinadores gerando receita com a imagem. Obviamente falta tempo e, muitas vezes, disposição para isso. Do lado dos clubes, treinador e os integrantes da comissão técnica podem ser uma propriedade adicional no portfólio de ativos. Entregam muita exposição, podem ativar o patrocínio em eventos, palestras, entre outras coisas. Temos um cliente que investe nessa propriedade e os resultados são excelentes, tanto que os contratos são longos e sempre buscamos renovar", afirma o executivo, que trouxe patrocínios para as camisas utilizadas por alguns desses profissionais, entre eles, Muricy Ramalho e Cuca.

Os seguidores dos principais técnicos da Série A:

Abel Ferreira (Palmeiras) - 1,4 milhão
Dorival Jr. (São Paulo) - 1,2 milhão
Jorge Sampaoli (Flamengo) - 838 mil
Renato Gaúcho (Grêmio) - 779 mil
Vanderlei Luxemburgo (Corinthians) - 539 mil
Mano Menezes - 214 mil
Fernando Diniz (Fluminense) - 111 mil
Bruno Lage (Botafogo) - 109 mil

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