Danilo Lavieri

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Liga de clubes terá fim trágico que aumenta diferenças e mantém problemas

A briga dos clubes para formar uma liga hoje só se direciona para um fim trágico. Os times não só não conseguiram uma união para formar um grupo único, como ainda vão manter a organização do Brasileirão nas mãos da CBF. Pior do que isso: a diferença entre os mais ricos e os mais pobres só vai aumentar.

A Liga Forte Futebol surgiu sob o pretexto de pressionar a Libra para diminuir as diferenças entre o que mais e o que menos ganhava. Depois de muita pressão, conseguiram várias vitórias. A questão é que após cada mudança de um lado, um novo obstáculo surgia do outro. Por trás de tudo isso, a guerra de bancos que você já leu por aqui.

Hoje, o que temos é a LFF agindo puramente como um bloco comercial, para garantir um lugar na mesa para XP, o Fundo Serengeti e seus demais assessores. Fair Play financeiro, internacionalização de marca, discussões sobre calendário e tantos outros pontos fundamentais para que o produto evolua ficaram de lado, inclusive como mostrou hoje (12) Rodrigo Capelo na coluna do jornal O Globo e também na sua participação no Sportv, que inclusive motivou esse texto.

A atuação da LFF como bloco econômico só vai aumentar o desnível financeiro entre os clubes. Times como Fluminense, Fortaleza, Cruzeiro e outros membros desse grupo cederam 20% dos seus direitos de TV por 50 anos em troca de um empréstimo. O famoso adiantamento que sempre foi a principal doença do futebol brasileiro.

A LFF nunca teve o dinheiro pronto na mão para investir e sempre buscou parceiros para que essa grana fosse colocada. Não à toa, ganhou apelidos pejorativos com promessas que só adiavam o pagamento. Recentemente, os clubes finalmente conseguiram a grana. A questão é que o dinheiro veio da XP e se o Fundo da LFF não conseguir o dinheiro, os juros não vão parar de subir. Não à toa, a XP foi até ao mercado de investidores recentemente para captar dinheiro.

Do outro lado, times como Palmeiras, Flamengo, Corinthians e São Paulo não toparam vender nada dos seus direitos futuros. Alguns dos integrantes da Libra até receberam adiantamento do Fundo Mubadala, mas ficando com 100% dos seus direitos de TV. Isso também se configura como empréstimo, mas a taxa de juros é sempre a mesma, considerada vantajosa pelo mercado, sem esse crescimento prejudicial aos clubes.

Ainda há uma investigação de algumas equipe sobre privilégios nos contratos da LFF com Botafogo, Vasco, Cruzeiro e Coritiba, o famoso Grupo União. A LFF nega.

Ou seja, economicamente, os times da Libra continuarão com mais grana no futuro. E olha que nem estamos discutindo aqui quais serão os valores oferecidos pelo mercado pelos direitos dos clubes dos dois grupos. Há quem tenha certeza que o grupo com Flamengo e companhia ganhará muito mais do que o outro. Mas aí é esperar para ver.

E no quesito desportivo? Bem, isso segue sem importância para ninguém. E continuaremos discutindo times sendo prejudicado pela Data Fifa, gramados sem condições para o futebol e equipes contratando pensando no amanhã sem honrar o compromisso de ontem. Se há dois grupos, como definir quem vai comandar o Brasileirão?

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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