Botafogo sente a pressão, terceiriza erros e já não é favorito ao título
Com apenas uma vitória nos últimos quatro jogos, o Botafogo dá claros sinais de que sentiu a pressão de ter que segurar a liderança do Campeonato Brasileiro. A derrota por 1 a 0 para o Vasco ontem (6) faz a equipe correr o risco de perder a ponta pela primeira vez desde a terceira rodada já no meio de semana.
Mais do que a nítida queda de desempenho técnico, o time de General Severiano dá clara mostras de descontrole mental. Mais grave: não faz a autocrítica e sempre terceiriza os erros. Por conta disso, já dá para falar que o time não é mais o favorito ao título.
Antes mesmo da derrota contra o Palmeiras na semana passada, o discurso já era de que sempre alguém queria prejudicar o Botafogo. Ao invés de reconhecer os próprios erros, entender que a arbitragem no Brasil é ruim de uma forma geral, a intenção era achar que havia algum esquema para evitar que o time voltasse a ser campeão pela primeira vez desde 1995.
A patética entrevista de John Textor na derrota histórica para os palmeirenses é o símbolo máximo disso, mas o discurso é amplificado por vários membros da delegação botafoguense. Veja você que, no intervalo do jogo contra o Vasco, Tchê Tchê deu entrevista no intervalo onde basicamente ficou reclamando da atuação da arbitragem e até lembrou de lances de outros jogos.
Marçal, por sua vez, também em entrevista em São Januário, disse que o resultado contra o Palmeiras tinha sido condicionado. Recentemente, Tiquinho Soares também lançou o slogan Contra Tudo e Contra Todos, que faz parte do mundo do futebol e muitas vezes traz resultados positivos, o que claramente não é o caso agora.
Além do discurso, é nítido que o Botafogo já não tem mais tranquilidade para jogar futebol. Quando parecia que tinha se reencontrado com os 3 a 0 em cima do Palmeiras no primeiro tempo, acabou surpreendido. Ontem, contra o Vasco, logo após ser vazado, passou a acelerar várias jogadas em claro sinal de descontrole. Fato, aliás, que foi admitido por Lúcio Flávio em coletiva de imprensa.
Até mesmo a sua torcida mostrava que não entendia muito bem o momento do time com reclamações totalmente fora de hora, como nas vezes em que o time se poupava na Sul-Americana e, mesmo assim, ouvia vaias.
Muitas vezes a resposta mais pronta dos jogadores é que o longo jejum não atrapalha, que os jogadores de agora não são os mesmos que estavam lá em 1995 e por aí vai. Mas dentro de campo estamos vendo exatamente o oposto: a pressão faz muitos efeitos e estará mais presente do que nunca com o Botafogo fechando a rodada na quinta-feira justamente contra o Grêmio, com a chance de já estar atrás de Bragantino e Palmeiras na tabela.
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