No caos do futebol brasileiro, não fazia sentido Dorival recusar seleção
Em um primeiro momento, podia até não fazer sentido Dorival Júnior dizer sim para o convite de treinar a seleção brasileira. Afinal, quem seria o louco de entrar em uma CBF com um presidente que não sabe até quando vai ficar no poder? Era o que pensava nos primeiros rumores sobre o interesse de Ednaldo.
Mas, pensando no caos que é o futebol brasileiro, o treinador fez o certo ao aceitar. Afinal, qual é a certeza que ele não vai ser demitido pelo São Paulo em caso de tropeço no Paulista? Já pensou negar o sonho da Amarelinha para depois cair após uma derrota para qualquer time do interior do Estado no mata-mata? Ou até um pouco depois, em um começo complicado de Libertadores.
Quem hoje tem essa garantia de não ser demitido? Talvez Abel Ferreira, no Palmeiras, e Fernando Diniz, no Fluminense. O primeiro já consegue ser maior do que qualquer dirigente alviverde e só sai se quiser. Enquanto o segundo vive o seu melhor momento no futebol de clubes e será acolhido pelo Tricolor após o absurdo episódio comandado por Ednaldo.
Dorival certamente não tirou da cabeça o episódio da saída do Flamengo mesmo com os títulos da Libertadores e da Copa do Brasil. Não teria como negar a seleção.
Ele já é experiente o suficiente para saber que não tem essa de ser ingrato com o Tricolor ou fazer aposta de virar ídolo no Morumbi. Nada disso é possível de ser colocado como projeto no caos que é o futebol brasileiro.
Além disso, caso seja demitido do cargo, o agora ex-técnico do São Paulo volta ao mercado com possibilidade de assumir qualquer time do país. Ele vira uma sombra instantânea para qualquer companheiro de profissão.
O importante é que Dorival saiba o que está em jogo. Quando Tite estava no comando e houve troca na presidência, o técnico não caiu imediatamente pela proximidade com a Copa do Mundo, mas o clima não era mais o mesmo de antes.
No final, não teria por que negar realizar o sonho de carreira aos 61 anos de idade. Pelo bem da seleção brasileira, boa sorte, Dorival Júnior.
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