Danilo Lavieri

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O jogo de xadrez que terminou com xeque-mate do Palmeiras na WTorre

A nota oficial do Palmeiras avisando que não jogaria mais no Allianz Parque foi um xeque-mate em mais uma das várias brigas que o clube trava com a WTorre. Dessa vez, a estratégia era colocar a construtora contra a parede por quem mais importa: os que colocam dinheiro na arena. Não foi à toa que a resposta veio em questão de minutos, admitindo a troca.

Ao anunciar que não atuaria mais no seu próprio estádio enquanto a grama não estivesse em boas condições, o clube fez a construtora ser imediatamente pressionada por donos de camarote, patrocinadores do estádio, torcedores que compraram o programa Passaporte e empresários que pagam caro para ter espaços como os restaurantes e bares que cobram mais de R$ 1.000 por pessoa em dias de jogos do time.

Em dificuldades financeiras, a WTorre não pode correr o risco de perder ainda mais dinheiro com essas pessoas. Claro que a construtora ainda poderia lucrar com shows e eventos, mas o dia a dia de jogos também é parte importante na receita. Além disso, a empresa também não pode ver a sua imagem ainda mais prejudicada em um momento em que negocia com Santos, São Paulo e Maracanã por novos negócios.

Palmeiras traçou estratégia para vencer queda de braço com WTorre
Palmeiras traçou estratégia para vencer queda de braço com WTorre Imagem: iStock

As peças no tabuleiro

Antes de dar esse xeque-mate, o Palmeiras foi escalando a pressão.

Tudo começou no ano passado com Abel Ferreira declarando no fim do Brasileirão do ano passado que o gramado estava longe de ter as condições ideais que ele mesmo encontrou ao chegar no Brasil em 2020.

A reclamação teve como resposta um aviso de que o gramado não seria trocado. Logo no primeiro jogo do ano no Allianz, Bruno Rodrigues se lesionou e precisou passar por operação no joelho.

A situação revoltou a diretoria, a comissão técnica e os jogadores.

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Para aumentar a pressão, o clube mostrou o estado do solado da chuteira dos atletas nos dois compromissos seguidos. Uma pasta grudada nos cravos dos calçados revoltou os torcedores.

Contra o Santos, câmeras de televisão e as dos fotógrafos estavam direcionados para as chuteiras dos atletas. Weverton aproveitou uma bola parada do Palmeiras para tentar limpar a sua trava e foi filmado pelas arquibancadas. Até a reclamação de Giuliano, jogador do time rival, ajudou na repercussão.

Xeque-mate: A nota oficial avisando que não jogaria mais no seu próprio estádio. O comunicado contou com o respaldo dos atletas e da comissão técnica. A solução provisória, enquanto o gramado não é trocado, será jogar na Arena Barueri, que recentemente teve a gestão adquirida por Leila Pereira em licitação.

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