Danilo Lavieri

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O que vale e o que não vale da Supercopa. E viva a torcida dividida!

O São Paulo venceu o Palmeiras ontem (4) nos pênaltis e foi campeão da Supercopa. O jogo foi ruim, mas o dia merece ser muito comemorado pelos tricolores por um título que tem, sim, um valor histórico, mas que não significa garantia de absolutamente nada, assim como já aconteceu nas outras edições desse campeonato. A grande lição que fica do domingo é quanto o futebol perde sem torcida dividida.

A taça é muito importante e garante mais um capítulo em uma história impressionante de freguesia palmeirense no mata-mata. São 17 triunfos tricolores contra apenas cinco do Alviverde. E o clima com o Mineirão dividido torna isso ainda mais importante.

Foi bonito demais ver torcedores convivendo pacificamente nos bares da região do estádio. Foi incrível reviver o clima de lá dos anos 2000 quando o Morumbi era dividido e é maravilhoso ver o torcedor voltar a comemorar pequenas vitórias como quando o rival erra na hora de subir o bandeirão. Tudo isso é muito pequeno perto do resultado do jogo e do impacto para toda a temporada, mas é isso que forja a nossa paixão pelo futebol. É muito triste imaginar que já existe uma geração que não tem ideia do que é viver isso.

A alegria era tanta que o São Paulo usou as suas redes sociais para tirar sarro das chuteiras sujas por um sintético ruim do Palmeiras e não percebeu que estava atacando sua própria parceira: a WTorre, responsável pelo pasto do Allianz Parque e que vai reformar o Morumbi.

Vale a pena o são-paulino encher o saco do palmeirense, brincar com mais uma derrota do rival nos pênaltis, provocar Caio Paulista e bradar que é campeão de tudo. Mas não adianta achar que esse título tem mais tamanho do que realmente tem e muito menos levar isso para o planejamento profissional do time.

Ser eliminado precocemente no Paulista ou na Libertadores já faz o título da Supercopa ser bem pequeno para o restante da temporada. Basta lembrar que até novembro de 2023, o ano do Palmeiras era considerado ruim por muita gente, mesmo com os troféus da Supercopa e do Paulista já garantidos.

É inegável que Carpini começa muito bem a sua relação com o Tricolor, mas não dá para falar que essa conquista é a cara dele. O jogo nem cara teve e no pouco que se mostrou teve um Palmeiras mais forte.

Do outro lado, o torcedor palmeirense deve ficar de cabeça inchada pela derrota para o rival e provavelmente vai atacar o modelo adotado pelo clube no mercado da bola. Mas uma certeza é que Anderson Barros e Leila Pereira não mudarão essa política e continuarão da mesma forma: pagando milhões para segurar os titulares e contratando dentro dos seus limites para reforçar o elenco com jogadores que são apostas.

Vale uma reflexão do motivo de o Palmeiras ser tão incompetente nos pênaltis, mas essa discussão não pode colocar Weverton como o grande culpado. Ele não é craque nesse fundamento, é verdade. Mas ele deu o título do Brasileirão no ano passado ao defender a cobrança de Tiquinho. Poderia ter colocado o time na final da Libertadores quando defendeu a cobrança de Cavani e ajudou o time a eliminar o Atlético-MG em outro ano. Tem muito mais do que goleiro que não é pegador.

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Do jeito que Abel já mostrou trabalhar, ele ainda vai usar essa derrota para tentar motivar novamente os seus jogadores. Nos próximos dias, vai ter a confirmação da chegada de Lázaro e provavelmente de Rômulo. Ainda está longe de ser o que a torcida sonha, mas esse modelo está longe de ser o que os torcedores querem há muito tempo e insiste em dar resultado.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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