Por que dívida da WTorre com Palmeiras é diferente na Justiça e no balanço?
A briga entre Palmeiras e WTorre terminou na questão do gramado, ao menos por enquanto. Mas na Justiça o desentendimento entre as duas partes continua. A divulgação do balanço de 2023 pelo Alviverde, aliás, chamou a atenção de alguns torcedores: afinal, por que o clube coloca que tem "só" R$ 83 milhões se move uma ação nos tribunais pedindo R$ 160 milhões?
Há diferentes explicações. Pessoas ligadas à diretoria palmeirense disseram à coluna que a dívida colocada no balanço de R$ 121 milhões não conta multas, juros e correções previstas em função da ausência de repasse desde 2015 por uma questão contábil.
Para chegar nos R$ 83 milhões previstos, o time já subtrai contas a pagar para a WTorre que estão estimadas em cerca de R$ 38 milhões até dezembro de 2023. No balanço de 2022, essa mesma conta já existia, mas, claro, com valores correspondentes para a época: R$ 76 milhões de crédito e R$ 26 milhões em dívidas, o que totalizava R$ 50 milhões a receber.
Mas, para o jurídico palmeirense, esse valor será substancialmente maior em caso de vitória na Justiça. Segundo eles, os R$ 160 milhões cobrados nos processos dizem respeito somente ao que é incontestável e confesso pela WTorre nos boletins financeiros passados mês a mês com os resultados das operações no Allianz Parque.
Ainda há a esperança de que as dívidas admitidas em balanço sejam menores do que a previsão dependendo do resultado da arbitragem, que não tem data para acabar.
A WTorre, por sua vez, diz que essa dívida admitida pelo Palmeiras em balanço existe de atividades transacionais correntes, como quadro móvel, camarotes e locação de espaços. Não haveria sentido, ainda na visão da construtora, colocar essa quantia em contas a pagar, mas sim em provisão se fosse algo relacionado à arbitragem.
A empresa ainda diz que assuntos tratados em arbitragem como a quantidade de cadeiras a que ela tem direito podem aumentar substancialmente a dívida do time com a construtora, ainda mais se a receita potencial perdida pelos anos for considerada.
Por fim, também alega que da mesma forma que o Palmeiras cobra juros e correções por valores não repassados, também poderia cobrar juros e correções pelo que nunca foi pago pelo clube neste período.
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