Resposta de Dorival sobre Robinho e Dani Alves reforça importância de Leila
Dorival Júnior foi questionado sobre as notícias de Daniel Alves e Robinho e, mais uma vez, mostrou como o mundo do futebol tem dificuldades em falar o que deveria ser mais simples. O técnico da seleção brasileira colocou na condicional algo que não precisava e só reforçou como a fala da Leila Pereira é importante.
"Se houve crime". Dorival, o Robinho foi condenado em todas as instâncias na Itália e o julgamento no Brasil não era para decidir se ele era culpado ou não. Era para decidir se ele cumpriria a pena no Brasil. Dorival, o Daniel Alves foi condenado por estupro e ganhou o direito de pagar pela liberdade não para sempre, mas enquanto não é julgado mais uma vez na Espanha.
É curioso que Dorival comete o mesmo erro que Tite cometeu no Flamengo: "se houve crime". Não existe o "se" neste caso. É verdade, todo mundo tem direito a ser considerado inocente até que provem ao contrário, mas, nos dois casos, o julgamento já foi.
Tite teve que se retratar e seria bom que Dorival também se retratasse. A impressão é que eles têm medo de condenar o jogador e perder o apoio do restante dos boleiros. Como se eles fossem perder o vestiário por criticar algo tão nojento como um abuso desses. Afinal, a gente sabe que entre jogadores, vários têm a certeza que Daniel e Robinho nada fizeram, mesmo com julgamento, provas, áudios... Até outro dia o ex-jogador santista jogava futevôlei e comparecia a reuniões no CT do Santos como se nada tivesse acontecido.
É provável que Dorival não tenha percebido que, ao se posicionar daquela maneira, ele vai contra o que ele mesmo disse quando pediu ajuda para que as vítimas não tenham as suas vozes abafadas. Também não adianta falar que "não pode fazer nada além de orar".
Cada um com a sua religião, mas, como técnico da seleção brasileira, Dorival pode ser uma voz importante no meio do futebol contra a violência com mulheres. O técnico pode ser exemplo para jovens na hora de formação. Ele pode deixar claro que com ele não trabalharão atletas que cometam esses tipos de erro.
E aí a gente volta para Leila Pereira. É verdade que a presidente do Palmeiras aceitou estar no meio da CBF, um lugar que tem uma ficha longa de problemas de abuso contra mulheres e todos os outros tipos de crime. Mas quantas vezes criticamos outros cartolas que aceitaram estar ali como chefe de delegação?
É melhor que Leila não aceite e dê espaço para outro cartola que ficaria calado ou que aceite e funcione como uma "mulher-bomba", como descreveu minha colega Marília Ruiz, para denunciar todos os absurdos que normalmente assistimos calados? Fico com a segunda opção.
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