Danilo Lavieri

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Teimosia de Abel Ferreira impede Palmeiras de vencer mesmo com reservas

Abel Ferreira é um vencedor, o maior de toda a história do Palmeiras, mas também é muito teimoso. Nesta noite, o português insistiu em algumas ideias que já não dão certo há um tempo e viu sua equipe empatar com o San Lorenzo em 1 a 1 na estreia da Libertadores. A insistência com o esquema tático, a demora para acreditar em jovens são exemplos disso e, quando corrigidos, mostraram que o Alviverde poderia ter vencido nesta quarta. Não dá para a hierarquia estar sempre à frente do talento.

O resultado pode ser considerado bom, lembrando que o Verdão foi com time reserva, poupando forças para a final do Paulista. Também mostra uma reação fundamental por buscar o empate após sair perdendo fora de casa. Mas é importante que o treinador reflita sobre algumas decisões, especialmente pensando no jogo de domingo contra o Santos.

Caio Paulista não acertou praticamente nada. Para colocar o ex-São Paulo, Abel fez o que os torcedores têm reclamado bastante: a famosa dobra de laterais. Normalmente com Mayke e Marcos Rocha, desta vez, o esquema tinha Vanderlan e Caio Paulista, com o jovem fazendo as vezes de um terceiro zagueiro e o mais experiente atuando mais avançado. Não deu nada certo.

Também para repetir o esquema que tem usado com os titulares, o técnico colocou Lázaro em uma posição mais centralizada para armar o time. Não é a dele. Quando ele pôde cair pelas pontas rendeu bem mais.

Como de costume, Abel não desfez esses erros no intervalo e esperou a bola voltar a rolar para promover trocas. Tão logo ele abriu mão desse esquema, o Palmeiras evoluiu bastante no jogo e passou a ter mais controle do jogo. É verdade que as entradas de Piquerez e Flaco López, titulares que estavam sendo poupados, também entram na conta.

Breno Lopes é outro exemplo e que pode ser observado com um contexto ainda maior. Ele ficou em campo por 60 minutos e não acertou praticamente nada. Era nítido desde o começo do jogo que o herói da Libertadores de 2020 não vivia a sua noite e ficou mais evidente quando ele foi substituído por Luís Guilherme. O jovem da base fez mais do que ele logo no primeiro toque.

A demora em acreditar nos jovens já cobrou o seu preço no ano passado, quando o Palmeiras foi eliminado diante do Boca Juniors e viu que poderia ter avançado se Endrick, Kevin e o próprio Luís Guilherme tivessem tido mais chances.

De bom, fica a disposição com que Rony entrou em campo. O atacante justificou o rótulo de Mister Libertadores, quase fez um golaço de bicicleta e foi o melhor jogador do time, não parando de correr um minuto sequer.

Richard Rios, que perdeu espaço com a chegada de Aníbal Moreno, também fez uma boa partida. Os dois se apresentam com boas opções para a decisão do Paulista no domingo.

Opinião

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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