Crefisa desistir do Vasco reforça importância de Leila Pereira ter oposição
A Crefisa desistiu de comprar a SAF do Vasco. Ao menos por enquanto, José Roberto Lamacchia, dono da empresa ao lado de Leila Pereira, não conversa mais com a 777 para se transformar em dono do time do Rio de Janeiro. E este caso mostra como é importante que a oposição do Palmeiras seja estruturada a ponto de pressionar e fiscalizar a cartola, ainda mais depois de ela ter sido eleita por aclamação.
Como revelou hoje (22) Rodrigo Capelo no Sportv, Lamacchia chegou muito próximo dos US$ 120 milhões (quase R$ 620 milhões) pedidos pela 777 Partners, acenou com um pagamento parcelado mas desistiu, majoritariamente, pela pressão da oposição em cima de Leila e pela possibilidade de isso atrapalhar sua esposa na eleição que ela vai concorrer em outubro ou novembro deste ano no Palestra Itália. A instabilidade jurídica após a briga judicial também colaborou para a desistência.
A carta alegada pela oposição era o óbvio conflito de interesses por conta do casal ter o controle de dois clubes. No caso do Vasco, eles seriam donos de tudo, enquanto no caso palmeirense ela seria apenas a presidente e patrocinadora ao menos até dezembro de 2024. Mesmo que Leila não estivesse ativamente participando das negociações como alegado por Lamacchia, o conflito era evidente.
Leila já enfrenta esse tipo de pressão por outras situações no clube: ser presidente e patrocinadora ao mesmo tempo, ter a concessão da Arena Barueri, onde o time manda os jogos quando não tem o Allianz Parque, e usar o avião da Placar Linhas Aéreas, empresa de fretamento que pertence a eles.
Apesar de negar publicamente, com direito a xingamentos em entrevista à ESPN, Lamacchia contratou uma análise para saber dos riscos do negócio no começo do ano, se reuniu com representantes da 777 no Brasil e nos Estados Unidos, mas desistiu especialmente após a pressão que sua mulher sofreu na oposição do Palmeiras.
É fundamental que todos os clubes tenham oposição. E oposição não significa atacar, criticar e atuar de maneira predatória. Oposição saudável é fiscalizar e apontar erros até mesmo de uma gestão tão vencedora como a de Leila Pereira. Resta também saber se essa desistência perdura até o ano que vem, quando ela provavelmente já estará reeleita.
Opinião
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