Danilo Lavieri

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Palmeiras: Agente explica Estêvão como maior venda do Brasil e abre metas

Ao ser o empresário responsável pela venda de Estêvão para o Chelsea, André Cury gosta de contar para todo mundo que agora é responsável pelas três maiores vendas da história do futebol brasileiro: além do atacante, ele também fez as operações de Vitor Roque, saindo do Athletico para o Barcelona, e a ida de Neymar do Santos para o Barcelona.

Em entrevista à coluna, ele explica o motivo de o palmeirense estar à frente de Neymar nas contas dele e revela quais as metas para que o Palmeiras consiga a totalidade da venda, detalhando o motivo que fez o time inglês ganhar a concorrência.

Cury também é o empresário que fez a transação entre Inter e Palmeiras por Maurício e esteve no olho do furacão na polêmica envolvendo Dudu e Cruzeiro.

Confira a entrevista completa de André Cury:

Danilo Lavieri: Você tem dito que o Estêvão é a maior venda do futebol brasileiro. Mas e a do Neymar? Os valores não eram maiores?

André Cury: A gente tem orgulho de ter feito as três maiores vendas fora da Europa, não só do Brasil, mas as três maiores vendas fora da Europa. Nunca fizeram uma venda desse nível. O Estêvão é o maior benefício que o clube tem. São 61,5 milhões de euros. A segunda maior é a do Vitor Roque, de 61 milhões. E a terceira maior é o Neymar, com 60,5 milhões, que foi feita na época no molde de 40 milhões e 20,5 em bônus. A imprensa fala em 50 milhões, em 88 milhões, mas quem fez a operação fui eu e posso falar. A quarta venda seria o Endrick por 60 milhões e a quinta com Rodrygo e Vini por 45 milhões cada.

Mas para bater os 61,5 milhões de euros as metas precisam ser batidas. Quais são elas?

Cury: A venda tem 45 milhões fixos mais 16,5 milhões em metas. As metas são simples: se ele atingir 70 jogos nos anos de contrato, o Palmeiras recebe todas as metas.

Mas não depende de jogos como titular, gols, convocações?

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Cury: Não. Não depende de gol, nem de convocação. É muito mais clean e acessível. Vai atingir com certeza. Isso daí ele deve fazer em uma temporada e meia.

Por que o Chelsea foi o vencedor da briga? Só por questões financeiras?

Cury: Todo o projeto foi trabalhado com o pai do jogador, que é um ex-atleta da Francana, um ex-goleiro. Ele conhece muito de futebol e a gente conversou com o jogador. O projeto do Chelsea é de ter um time novo, jovem, com organização e investimento. Eles também conseguem ver o Estêvão jogando de 10. Aqui ele joga de extremo, mas lá eles conseguem enxergar o Estêvão nessa função. É uma coisa importante.

Como impedir que o Estêvão não caia de produção depois de ter tido a sua venda concretizada?

Cury: A gente ainda vai dar risada juntos disso. O Estêvão vai manter o rendimento. Ele vai jogar bem, ele não sente isso. Ele gosta da bola desde sempre e sempre vai jogar bem. Até o Mundial de Clubes, ele vai representar muito bem o Palmeiras.

Já há quem fale que o Estêvão é a maior revelação desde Neymar. Você concorda?

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Cury: 100%. Ele tem qualidade, talento, rapidez, mudança de direção, inteligência. Inclusive, se você puxar o Neymar para a idade dele, ele está acima do que era o Neymar. Com 17 anos, o Estêvão joga mais bola do que o Neymar jogava com 17. Se vai chegar no mesmo auge do Neymar só saberemos com o tempo.

Você estava vendendo o Estêvão em um dia, mas negociando a chegada do Maurício, a saída do Dudu. Como trabalhar tudo isso ao mesmo tempo sem ter conflito de interesse?

Cury: Hoje mesmo a gente está conversando de dois jogadores de 16 anos do Desportivo Brasil para um grande clube do Brasil. Nosso mundo é assim. Você faz a maior operação da história, quando fiz a Neymar para o PSG, e depois a do Coutinho e, no outro dia, você está no juvenil. Faz parte.

E não teve arranhão na relação entre você e o Palmeiras por causa da novela do Dudu?

Cury: Não tem arranhão nenhum. O Dudu, como todo jogador de todo mundo, recebe proposta. E aí a gente pode aceitar a proposta ou não. Todo grande jogador recebe proposta, o Veiga recebe, o Gomez recebe todo dia, o Piquerez, o Zé, o Murilo. Todos os jogadores que estão em times como essa fase de Palmeiras e Flamengo têm assédio do mercado, e cada negócio que chega tem que avaliar e em comum acordo decidir se todos têm a intenção. No futebol, você precisa ter a vontade do jogador e do clube ao mesmo tempo.

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