Danilo Lavieri

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Plano de Abel de travar o Fla falha e faz Palmeiras depender de milagre

O Palmeiras foi ao Maracanã para sair vivo e não deixar o Flamengo jogar, mas o plano de Abel Ferreira foi bem executado apenas por 45 minutos. E com ressalvas por ter tomado alguns sustos. A vitória por 2 a 0 do rubro-negro pode ser considerada reversível apenas se o time paulista jogar a bola que não joga há 20 dias. Mais: poderia ter sido pior.

O plano do português era ter tão pouco a bola que, quando os palmeirenses tinham a posse, pareciam não saber o que fazer. Quando o Verdão ameaçou melhorar na partida por causa do recuo do Flamengo, Gustavo Gómez cometeu erro absurdo na saída de bola e o plano foi por água abaixo com o gol de Luiz Araújo.

Com o 1 a 0, o Palmeiras merecia críticas por não saber atacar, mas, dentro do plano de encher o meio-campo de volantes para voltar a São Paulo vivo, o placar era aceitável. Depois de sofrer o 2 a 0, parecia questão de tempo para tomar o terceiro. O time ficou completamente perdido.

Antes do gol de Pedro que abriu o placar, os donos da casa sofreram para conseguir criar, finalizaram bastante, mas fizeram Weverton trabalhar pouco nos primeiros 45 minutos. O plano parecia dar certo, a torcida e o time começavam a se irritar, inclusive com a cera do goleiro palmeirense.

A questão é que nas poucas vezes que teve a bola, o Palmeiras tropeçava nos próprios erros. Rony cumpriu o papel de sempre: disposição invejável, mas técnica praticamente ausente. Felipe Anderson foi quase um quinto zagueiro ao lado de Caio Paulista e, quando subia para criar, também foi ineficiente, assim como Raphael Veiga.

Tudo isso era muito ruim do ponto de vista ofensivo, mas, destaca-se: no plano de não deixar o Flamengo jogar, era aceitável. A questão é que para que esse plano fosse cumprido, o jogo defensivo tinha que ser quase perfeito, e Weverton não poderia ser vazado. Muito menos duas vezes.

Se você olhar para os dois elencos, o Palmeiras vencer por 2 a 0 e levar a decisão para os pênaltis não seria nada anormal. Mas pelo futebol que o time de Abel Ferreira joga hoje, é muito mais provável que os flamenguistas mantenham o tabu de não perder no Allianz Parque desde 2017 do que qualquer outra coisa.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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