Danilo Lavieri

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Palmeiras tem lista de erros, mas pedir cabeça de Abel não resolve nenhum

O Palmeiras não era eliminado nas oitavas de final da Libertadores desde 2017. Estava chegando em todas as semifinais desde 2020. É o atual tricampeão consecutivo do Paulista e bicampeão do Nacional.

E o auge da história mais do que centenária deste clube só é vivido por saber que no esporte há vitórias e derrotas, mas que o segredo é saber o que considera o caminho para ter um projeto vitorioso.

Neste projeto, revisões de rotas fazem parte, mas tratar tudo como terra arrasada não é, definitivamente, o jeito certo de trabalhar essa equipe, que ainda tem claras chances de ser campeã do Brasileirão.

Demitir Abel Ferreira? Falar que Anderson Barros não presta? Fim do ciclo? Português pardal? Todo mundo é bagre? Vivemos uma fase em que a necessidade na hora da eliminação é de achar um único culpado e, muitas vezes, ignoramos que do outro lado há um adversário.

Nada disso significa que não há coisas para melhorar no Palmeiras. Mas nem nos anos em que foi campeão tudo era perfeito. É bastante claro que Gustavo Gómez não joga o mesmo futebol que o consagrou como xerife do Verdão. Merece a titularidade incontestável?

Zé Rafael não é mais o mesmo que o fez ganhar o rótulo de Trem. Assim como Raphael Veiga está longe de ser o mesmo Maestro colocado na mesma prateleira de Alex. Rony vive uma fase técnica abaixo do que já mostrou, mas quase sempre compensa na vontade. Aníbal caiu de produção justo no momento mais importante do ano. Mayke sofreu fisicamente?

Não existe apenas um culpado. E também não existe um só herói. Embora Abel Ferreira seja a cara dessa equipe, ele também erra. Por que Caio Paulista saiu do time na hora em que melhor jogava? Por que Rômulo tem poucas oportunidades? Por que Raphael Veiga foi deslocado para esquerda? Por que Felipe Anderson ainda não jogou bem?

O Palmeiras foi eliminado da Copa do Brasil e da Libertadores dando sinais para os seus torcedores que tem de onde tirar futebol e, o principal, que não desiste nunca. Há chão para brigar pelo tricampeonato consecutivo do Brasileirão. E o título seria algo muito mais importante e marcante do que a Copa do Brasil. E tão importante quanto uma Libertadores.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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