Demissão de Tite confirma: não há projeto esportivo no Flamengo
Você consegue ver alguém da diretoria do Flamengo conversando com Tite sobre as escolhas dele para a temporada? Você acha que Marcos Braz ou Rodolfo Landim são capazes de debater com a comissão a estratégia para enfrentar o Corinthians? Por que essa diretoria vai chegar ao 11º técnico após a saída do ex-comandante da seleção?
Nada disso significa que a diretoria precisa interferir no trabalho de um técnico, mas é necessário alguém que entenda do riscado para poder debater com quem está ali em nome da instituição.
Isso não existe no Flamengo. Não existe porque não há projeto esportivo no clube. Dá para entender qual a filosofia de um técnico que a diretoria busca quando vai ao mercado? Você vê um projeto de uso das categorias de base independentemente do técnico que está ali? As contratações seguem uma lógica?
Nada disso acontece. O Flamengo é um time extremamente rico (por mérito próprio) e que faz tentativas com o dinheiro que transborda. Você contrata o técnico sensação do momento, dá a ele um monte de jogador e torce para dar certo.
Tite estava queimado antes mesmo de assumir o rubro-negro. O trabalho dele nunca foi de times que dão show, mas de times organizados e que tomam poucos gols. Nunca foi isso o que a torcida do Flamengo quis. E agora? Filipe Luís chega por quê? Qual a teoria para explicar essa mudança?
Com a vantagem financeira que tem sob os demais, ainda mais com o Corinthians insistindo em não se organizar, dava para o rubro-negro sobrar em relação aos seus concorrentes. Mas só o dinheiro não basta. Cada vez mais está claro que o sucesso de Jorge Jesus foi uma exceção.
Opinião
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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.
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