Danilo Lavieri

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Prepotência ou cansaço? As reflexões da derrota do Botafogo para o Pachuca

É impossível não questionar se o Botafogo poderia ter jogado ou não com a sua força máxima diante do Pachuca hoje na eliminação nas quartas de final do Intercontinental? Será que Artur Jorge estava pensando em administrar o elenco para a sequência da competição? Foi precaução para não machucar ou prepotência de achar que o adversário que está em 16º no Mexicano não estaria à altura?

O fato de Almada, Marlon Freitas e Savarino terem entrado na partida mostra que eles tinham condições de jogar. Será que a melhor estratégia não era ter colocado o trio no começo do jogo e depois ter feito as substituições se conseguisse abrir o placar?

Era impossível dar o "último gás" na reta final de uma temporada tão brilhante para o Botafogo? Artur Jorge disse ontem que "o cansaço não podia ser maior do que a ambição" e hoje mesmo, depois da derrota, disse que "não iria arrumar desculpas" e admitiu que "o Pachuca foi melhor que a gente".

O primeiro gol do Pachuca saiu em um primeiro erro de Allan, que estava longe de ser os mais desgastados. O segundo gol teve erro na saída de bola. No terceiro o time já estava entregue?

O calendário é realmente cruel com o Botafogo e o cansaço existe, é claro. Mas ele é, infelizmente, inerente ao jeito que o nosso futebol é conduzido e já vitimou tantos outros times em diferentes competições por aí, inclusive no Mundial.

Almada foi poupado, mas ocupa apenas a 21ª colocação entre os mais usados pelo Botafogo na temporada, com 25 jogos pelo Glorioso, sendo que ele não jogou os 90 minutos em nenhuma das últimas cinco vezes.

Fica, também, a reflexão sobre o nível do futebol brasileiro. Será que merecemos mesmo ter três cabeças de chave no Super Mundial de 2025? Por que não podemos ter um jogador como Idrissi, marroquino que marcou um golaço hoje? Será que, mesmo misto, o time do campeão brasileiro não deveria ter conseguido encarar o antepenúltimo do México?

E que fique claro antes de mais nada: a derrota nas quartas de final pode até ficar para a história, mas não apaga em absolutamente nada o brilhante ano do Botafogo. O torcedor pode terminar a temporada comemorando e muito as históricas conquistas.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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