Perder Artur Jorge é duro golpe no plano do Bota de seguir entre favoritos
Muito mais difícil do que vencer é continuar vencendo. Não são poucos os esportistas que usam as variações dessa frase para mostrar que ganhar um título é algo que demanda muito esforço, mas entrar na próxima temporada novamente entre os favoritos é para poucos. Mas por quê?
Depois de vencer uma vez, os adversários te estudam mais. Entram em campo, em quadra ou no ringue com muito mais respeito por você. É mais difícil você manter a mesma motivação de cada indivíduo depois de alcançar o grande objetivo. Além disso, vencer é caro. Manter sua estrutura custa mais, segurar seus profissionais é mais difícil e, em caso de esportes coletivos, os mais ricos abrem os olhos para você.
É esse último problema que o Botafogo enfrenta para 2025. E olha que John Textor não é dos donos mais pobres... Mas ainda assim o mercado árabe vai levar Artur Jorge por um salário maior e isso significa um duro golpe no plano do Glorioso de continuar entre os favoritos.
Se segurasse todas as suas peças e seguisse com o mesmo treinador, já seria difícil imaginar o Botafogo vencendo novamente o Brasileirão e a Libertadores no mesmo ano. Se segurasse todo o elenco e perdesse só o técnico ainda seria complicado. Perdendo suas principais estrelas, então, é escalar toda a montanha do zero.
Um novo técnico significa um novo estilo de jogo, uma nova forma de se comunicar com os atletas, uma nova forma de liderança, regras novas de convivência... Artur já conseguia identificar rapidamente soluções para os seus problemas depois de um tempo de trabalho e seu substituto vai sofrer para achar o mesmo encaixe. Não precisa fazer muito esforço para lembrar o que aconteceu com o mesmo Botafogo depois da saída de Luís Castro em 2023.
Como se não bastasse a saída de Artur, o Botafogo ainda vai sofrer com as contra indicações do remédio da SAF e de ser membro de uma holding de clubes. É muito bom ter dinheiro para contratar Almada, Luiz Henrique e Igor Jesus. Mas também é preciso saber que nem sempre você será prioridade e que, no fim das contas, tudo é negócio.
O argentino já saiu, Luiz Henrique não garantiu permanência e Igor Jesus significa uma grande chance de a SAF cumprir seu principal objetivo: ter lucro com as operações e mostrar para os possíveis investidores que colocar dinheiro no grupo é um bom negócio.
No futebol, ninguém quer perder dinheiro, mas, se no fim das contas times como Flamengo ou Palmeiras terminarem a sua operação no zero, sem lucro e sem prejuízo, e com títulos, o objetivo foi alcançado. Com SAF, "só" títulos não bastam. O ano de 2024 foi mágico para o Botafogo, nenhum torcedor vai esquecer disso, mas é bom estar preparado para novas batalhas em 2025.
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