São Paulo precisa de transparência antes de pensar nos milhões para base
A reportagem de Eder Traskini hoje (30) no UOL Esporte mostra que o São Paulo tem um acordo encaminhado para vender parte das suas categorias de base para o grego Evangelos Marinakis. É urgente que o Julio Casares seja transparente e fale disso com a sua torcida antes de assinar qualquer acordo.
Há várias dúvidas que o torcedor tem o direito de saber e uma parceria tão grande não pode ser conversada apenas no Conselho, ainda mais em um ambiente onde o presidente tem amplo apoio e consegue apoio até em decisões controversas como mudar o estatuto.
Casares deu exemplo recentemente da falta de transparência quando prometeu aumentar a receita e diminuir o buraco da equipe durante a sua gestão e agora termina 2024 com a dívida crescendo cada vez mais.
Afinal, colocar US$ 20 milhões e dividir uma porcentagem da sua base é mesmo um bom negócio? Qual a participação que terá o grego na revelação dos valores? Qual o poder de decisão que terá o gringo na hora de mandar vender ou segurar? Quem vai indicar os atletas quase prontos que a base vai poder comprar?
A reportagem ainda cita que "nada impede que o dinheiro seja usado no profissional". Quanto que pode ir para a equipe de cima? Qual a contrapartida desse dinheiro ser colocado para os adultos? Se o fundo entrar agora, os atletas que já estão na base farão parte do acordo?
Não adianta tudo isso ser discutido nos bastidores, alguns jornalistas terem acesso aos termos em off (sem que ninguém fale de forma oficial como diz o jargão do jornalismo) e a vida seguir normalmente.
A transparência não é só necessária para que o negócio seja claro para todos os torcedores, mas também para alinhar as expectativas com as arquibancadas. É a mesma lógica para a reestruturação financeira que Casares promete a partir de agora. Quanto mais Casares deixar as coisas claras, mais fácil será o torcedor entender os limites e abraçar o projeto.
Casares não pode pensar que o futuro de uma equipe deste tamanho pode ser discutido entre os 200 e poucos conselheiros do Morumbi. Uma decisão deste tamanho não pode se resumir a um post no Instagram do presidente antes de ser amplamente debatida sobre prós e contras.
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