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Diego Garcia

REPORTAGEM

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Briga por faxina no Palmeiras na pandemia pode custar R$ 715 mil ao clube

Allianz Parque está sem público há um ano pela pandemia - Divulgação/ Conmebol
Allianz Parque está sem público há um ano pela pandemia Imagem: Divulgação/ Conmebol

Colunista do UOL

21/05/2021 04h00

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Um desentendimento pela redução dos serviços de limpeza nas dependências do Palmeiras durante a pandemia pode custar ao clube R$ 715 mil. Desde 2020, o time alviverde briga com a empresa responsável pela faxina, a STS, que era a fornecedora de mão de obra, materiais, utensílios e equipamentos.

A parceria existe desde 2016, e o impasse foi parar na Justiça. O entrevero teve início por desentendimento nos valores das faturas de abril, maio e junho do ano passado, bem no começo da pandemia. Na ocasião, o clube conversou com prestadores de serviços para haver redução nos valores, em virtude do cenário de caos sanitário.

Porém, segundo o Palmeiras, a empresa de limpeza, ao contrário de demais parceiros do clube, diminuiu o quadro de funcionários de 49 para 15, sem reduzir o valor. A partir daí, o time alviverde e a parceira discutiram por meio de ligações, mensagens e troca de notificações, até que a STS pediu pela rescisão.

Em sua defesa, a STS alega que topou um corte de 15% e diz que o Palmeiras invocou os impactos causados pela calamidade pública buscando a revisão do contrato, com base na teoria de imprevisão, sem evidenciar que os danos da pandemia atingiriam ambos, e até em maior impacto a empresa. Também anexou ao processo conversas que classificou como ofensivas do clube.

Ela aponta que investiu na contratação de funcionários para atender ao Palmeiras. Ainda afirma que não eram apenas 15 funcionários trabalhando, e sim que trabalhavam em revezamento, com 10 a 15 por dia, no esquema 12x36. A empresa acredita que o clube jamais quis solucionar o problema e imputar o ônus da pandemia à STS.

O Palmeiras diz que manteve todos os funcionários durante a pandemia, com suspensões de contrato de trabalho e reduções previstas pelas medidas provisórias sem demitir ninguém. E, sem conseguir acordo para seguir na mesma linha com a responsável pela limpeza, ajuizou uma ação, depositando o valor que entendia devido, proporcional à prestação de serviços, e obteve liminar até que o caso fosse decidido.

Contudo, em contestação, a empresa passou a pleitear uma diferença de R$ 715 mil, que entende ter direito pela rescisão contratual, ao qual culpa o Palmeiras, além de prestações em atraso, aviso prévio e multas, bem como um adicional de insalubridade. O valor mensal do acordo era de cerca de R$ 150 mil.

Em decisão, a Justiça pediu que a empresa apresente todas as informações e documentos necessários para a comprovação do número efetivo de equipamentos utilizados e funcionários disponibilizados ao Palmeiras para os serviços de limpeza e conservação nas dependências do clube.

O Palmeiras disse que não vai comentar o assunto oficialmente. Em contato com a coluna, Arthur Aguiar, diretor da empresa, afirmou que "surpreendente e decepcionante são adjetivos que resumem bem o final de nossa história com o clube após de 4 anos prestando serviços em contato íntimo com todos os associados. Os documentos que juntamos, refletem a verdade de tudo que aconteceu".