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Diego Garcia

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Título do Grêmio é volta por cima de Tiago Nunes após fiasco no Corinthians

Técnico Tiago Nunes, do Grêmio, na final do Campeonato Gaúcho  - Lucas Uebel/Lucas Uebel/Gremio FBPA
Técnico Tiago Nunes, do Grêmio, na final do Campeonato Gaúcho Imagem: Lucas Uebel/Lucas Uebel/Gremio FBPA

Colunista do UOL

23/05/2021 18h12

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O técnico Tiago Nunes deu a volta por cima oito meses após ser demitido do Corinthians. No Grêmio, depois de início avassalador, com oito vitórias seguidas, conquistou o tetra gaúcho em cima do arquirrival Internacional. O título veio no empate por 1 a 1 neste domingo, na Arena.

A consagração aconteceu após ter igualado a maior série de vitórias de Renato em um mês no Grêmio. Eram oito seguidas, confirmadas nesta semana após goleada por 6 a 2 contra o Aragua, fora de casa, com um time reserva, já que os titulares foram poupados para o Gre-Nal de hoje.

Ao todo, o Grêmio de Tiago Nunes já marcou 29 gols em nove partidas, média superior a três por jogo. Empatou apenas quando podia, neste domingo, diante do Inter, já que havia vencido o duelo de ida por 2 a 1, no Beira Rio. E poderia ter vencido hoje também, não fosse Ricardinho perder gol inacreditável nos acréscimos.

O começo de trabalho de Tiago Nunes no Grêmio é bem diferente do Corinthians. Em suas nove partidas iniciais pelo time alvinegro, havia vencido apenas quatro e perdeu outras quatro, sendo que, nesse intervalo, ainda foi eliminado de forma vergonhosa na pré-Libertadores.

O treinador foi demitido em setembro de 2020 com o terceiro pior aproveitamento de um técnico no clube desde 2008, com 45,7% dos pontos em disputa conquistados. Foram apenas nove vitórias em 27 partidas, além de derrota na final do Paulista contra o arquirrival Palmeiras.

De quebra, o desempenho pífio em clássicos incomodava. Eram só dois triunfos em sete duelos. Diferentemente do que vem ocorrendo no Grêmio até aqui, já que enfrentou o Inter duas vezes, venceu uma e empatou outra - sendo que, como escrevi acima, poderia ter vencido ambas.

No Parque São Jorge, Tiago Nunes errou desde o primeiro minuto em que acertou com o clube paulista, ao deixar para assumir a equipe apenas em 2020, mesmo tendo assinado em novembro do ano anterior. Ele queria descansar, mas custou caro: o time não conseguiu vaga direta na Libertadores.

Ele mesmo admitiu, posteriormente, que teve dificuldades e errou na condução do trabalho no Corinthians, sem priorizar o resultado ou encontrar um equilíbrio à frente do time alvinegro. Mas, no Grêmio, as coisas vêm sendo diferentes, ao menos neste começo de trabalho. A equipe vem vencendo e convencendo.

Gaúcho de Santa Maria, e com passagem anterior pelas categorias de base do Grêmio, ele chegou com a missão de substituir o ídolo Renato Portaluppi, mas tem conquistado bons resultados. Não só o título gaúcho, mas também a campanha na Sul-Americana - torneio que, por outro lado, é nivelado por baixo, com times péssimos.

No torneio continental, o Grêmio chegou a 15 pontos - 12 com Nunes - e tem a melhor campanha até o momento. Na última rodada, recebe o La Equidad-COL, na próxima quinta, para confirmar o primeiro lugar geral e consequente vantagem no mata-mata. Tem tudo para ir longe na competição.

Enquanto isso, o Corinthians, por outro lado, não vingou após a saída de Nunes. Dyego Coelho comandou a equipe como interino na sequência em sete jogos. Depois, chegou Mancini, que durou até a semana passada, demitido depois de 45 partidas, com 20 vitórias, 13 empates e 12 derrotas - sendo três por goleada -, um aproveitamento de 54% dos pontos.

Nos últimos dias, o time alvinegro tentou contratar Renato Gaúcho, mas viu o treinador recusar. O segundo cotado foi Diego Aguirre, que também deu resposta negativa. O clube, eliminado de forma precoce tanto na fase de grupos da Sul-Americana quanto na semifinal do Paulista, só conseguiu um técnico na terceira tentativa: Sylvinho, ex-lateral do clube nos anos 90.