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Diego Garcia

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Em noite de garçom, Fred é um monstro com a camisa do Fluminense

Colunista do UOL

25/05/2021 21h13

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Quem diria que Fred, aos 37 anos, estaria sendo de novo protagonista com a camisa do Fluminense? E em uma Copa Libertadores? Na noite desta terça, o camisa 9 não balançou as redes, mas deu duas lindas assistências na vitória do time tricolor por 3 a 1 em cima do River Plate, no Monumental de Nuñes.

Boa surpresa o time tricolor no torneio continental. Se classificou como líder daquele que era, na opinião deste colunista, a chave mais forte da fase de grupos, com o tetracampeão River e dois tradicionais times colombianos, que de vez em quando dão trabalho.

É verdade que o River não jogou na intensidade normal, graças aos vários casos de Covid no elenco. Nove jogadores foram liberados apenas ontem para a partida de hoje contra o Flu. Mas não invalida o tamanho da vitória do time brasileiro. Ainda mais porque o clube argentino vinha de triunfo épico contra o Santa Fé, com Enzo Pérez, um volante, no gol.

Mas, com Fred no comando, o Fluminense fez bonito. No primeiro gol, aos 21 minutos, o atacante recebeu com liberdade pela esquerda e colocou na área para Caio Paulista completar. Depois, aos 28, deu lindo lançamento pelo alto para Nenê, dentro da área, bater de esquerda e ampliar.

A partida marcou não apenas os melhores 45 minutos do Flu na Libertadores, mas também em toda a temporada 2021. O time brasileiro atuou no campo do adversário em todo o primeiro tempo e dominou a partida, com outra postura e organização.

No segundo tempo, o River teve Maidana expulso. Mas diminuiu o placar com Girotti. Fred deixou o campo aos 28 para dar lugar a Abel Hernández. E foi dele o passe para o terceiro, nos acréscimos, de Yago Felipe.

O destaque principal ficou mesmo para Frederico Chaves Guedes. Uma máquina, de quem parece que se transforma quando veste as cores tricolores. Só na Libertadores, o artilheiro fez quatro gols, nas quatro primeiras partidas. São 10 gols em 13 jogos na temporada.

Tudo isso depois de temporadas com problemas físicos por Atlético-MG e Cruzeiro. Até fez uns gols - foram 67 em três anos e meio em Minas -, mas faltava algo. Fred parece incompleto sem as cores do Fluminense no corpo.

É indiscutível que ele é um dos grandes centroavantes da história do futebol brasileiro. Uma pena (para todos nós, não só pra ele) que a Copa do Mundo de 2014 tenha existido, pois ninguém mais se lembra de 2013, quando brilhou na Copa das Confederações.

E é bacana assistir Fred tendo sucesso de novo com essa camisa. Quase doze anos depois do Time de Guerreiros de 2009, um dos mais incríveis que já vi. Foi lindo ver o atacante fazer o impossível naquele ano. E também tem sido vê-lo brilhar novamente no clube que pode chamar de casa.

Só em 2021, Fred já virou o segundo maior artilheiro da história do Fluminense, agora com 186 gols. Ultrapassou a marca de 400 na carreira e tornou-se o terceiro brasileiro com mais gols na Libertadores, 22, a três do vice Palhinha e sete do líder Luizão.

No Flu, Fred tem a chance da última dança da carreira. Os problemas físicos o acompanham, sinal dos tempos, mas escolheu o lugar certo para se despedir do futebol. Que tenha saúde para bater mais recordes com a camisa do tricolor.