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Passivo trabalhista do Atlético-MG chegou a atingir casa dos R$ 90 milhões
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Com Henrique André, de Belo Horizonte, do UOL
O Atlético-MG se planeja para entrar na elite da América do Sul nos próximos anos. Para que isso aconteça, porém, o clube tenta ganhar fôlego para zerar o passivo trabalhista que chegou a bater na casa dos R$ 90 milhões.
O montante teve efeito de bola de neve com as correções e vem do excesso de ações movidas contra o clube, sendo a mais antiga uma ação civil pública do Ministério Público do Trabalho de 2009, com pedido de R$ 1 milhão.
"Existe sim um passivo. Estamos tentando acordar com todos, dentro das condições do nosso caixa do clube. O valor, se pegarmos tudo que foi ajuizado, chega sim nesta casa [dos R$ 90 milhões]", confirma Luiz Fernando Pimenta, diretor do jurídico do clube na gestão Sérgio Batista Coelho, iniciada no início desta temporada.
O maior valor pedido ao Atlético-MG por meio judicial foi do atacante Maicon Bolt, que chegou a cobrar R$ 21,8 milhões por verbas trabalhistas e outras indenizações. Contudo, em novembro de 2020, a ação foi extinta pela quinta Turma do Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais. Podendo recorrer à Câmara Nacional de Resoluções de Disputas (CNRD), Bolt foi condenado a pagar 15% do valor da causa a título de "honorário de sucumbência" ao Galo, cerca de R$ 3 milhões, além de custas processuais.
"O que estamos tentando resolver é ganhar um fôlego parcelando com quem esteja de acordo para negociar. As ações que existem, temos um advogado da área trabalhista que faz todo este encaminhamento. Em alguns casos estratégicos, o presidente tem tomado frente para solucionar", disse Pimenta.
Um destes casos citados pelo advogado é o do ex-volante Adilson Warken, que precisou pendurar as chuteiras por conta de um problema cardíaco. Ainda em 2019, quando deixou o campo, ele atuou como auxiliar do técnico Rodrigo Santana.
Na ação movida contra o Atlético-MG, Adilson pedia R$ 11,7 milhões, mas ganhou o direito de receber pouco mais de R$ 4 milhões. Contudo, após encontro com Sérgio Batista Coelho, ocorrido em 21 de maio na sede do clube, as partes chegaram a um acordo. Com "desconto" de 50% do valor total do crédito do ex-volante, o time alvinegro ainda conseguiu pagar o restante (pouco mais de R$ 2 milhões) em 36 parcelas de R$ 78 mil.
"Temos uma meta de reduzir o déficit operacional do clube [dívida global] até 2026. Do R$ 1,2 bilhão, chegar a cerca de 300 milhões. Tentamos tratar a todos com muita dignidade, gerando uma possibilidade de acerto", finaliza Luiz Fernando Pimenta.
Ao todo, de 2009 para cá, foram cerca de 70 processos trabalhistas movidos contra o Atlético-MG; alguns já solucionados, e outros ainda não resolvidos. Na gestão de Sérgio Coelho, iniciada em janeiro e que vai até 2023, ainda não existem cobranças. Pelo menos por enquanto, o desafio da atual diretoria é eliminar das costas o peso que vem crescendo há mais de uma década.
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