Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
Neymar brilha em mais um jogo fácil e espera Messi por teste de verdade
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E Neymar fez bonito mais uma vez pela seleção brasileira. De novo, contra o fraco Peru, a exemplo do que já havia acontecido na primeira fase da Copa América. Já ficou mais do que claro que o camisa 10 sobra na América do Sul, assim como a equipe de Tite. A dúvida é: como será na final, diante de, espero, uma Argentina embalada para quebrar o jejum de 27 anos sem títulos, comandada por um inspirado Messi?
Falando antes do jogo, destaque para o bom primeiro tempo do Brasil, que melhora com a entrada de Paquetá no time - aconteceu também nos jogos contra Colômbia, Equador e Chile. A seleção poderia ter feito mais do que o gol do meia do Lyon. Anotado depois de linda jogada de Neymar, que deu um rolinho em um rival, passou por dois e deixou o companheiro de frente para o gol.
De resto, a seleção não brilhou. Fez um bom primeiro tempo, mas esbarrou no goleiro Gallese, que livrou o Peru de sofrer pelo menos outros três gols. Em um lance, aos 18 minutos, fez duas grandes defesas consecutivas. Já a etapa complementar foi modorrenta. A impressão é que o Brasil só quis passar o tempo para terminar logo. Levou por 1 a 0. Neymar foi eleito o melhor em campo, de novo.
Agora, espera a Argentina, enfim, um rival à altura. Claro que a culpa não é de Neymar que a Copa América é nivelada por baixo. E que o Brasil não encara adversários à altura faz tempo. Desde que foi eliminado pela Bélgica, nas quartas do Mundial da Rússia, por exemplo, o camisa 10 defendeu a seleção 20 vezes. Só duas contra rivais no top-10 da Fifa - mesmo assim, os vizinhos Argentina (8º) e Uruguai (9º).
Os demais adversários de Neymar pelo Brasil no período foram Estados Unidos, El Salvador, Arábia Saudita, Camarões, Catar, Colômbia, Peru, Senegal, Nigéria, Bolivia, Peru, Venezuela, Equador e Chile, alguns mais de uma vez. Venceu 15, empatou 4 e perdeu só uma, em amistoso diante dos mesmos rivais peruanos da noite desta segunda-feira.
A torcida é para que a Argentina e Messi vençam a Colômbia nesta terça e cheguem à decisão. Até pelo bem de Neymar e da seleção, outra que há mais de dois anos praticamente só enfrenta adversários inferiores. Deixando claro que a pandemia atrapalhou a preparação para a Copa do Mundo, assim como os rivais sul-americanos, que são medíocres.
Se a Argentina cair contra a Colômbia, será péssimo para o Brasil. Que já vem sendo exaltado pelos quatro cantos do continente como um time em nível europeu. Como medir isso, se a última partida diante de uma equipe do Velho Continente foi em março de 2019, quando venceu a República Tcheca (que chegou às quartas da Euro) por 3 a 1, em Praga?
Desde que venceu os tchecos, a seleção fez 25 partidas, sendo 20 diante de sul-americanos, duas contra asiáticos, duas contra africanos e uma diante de um centro-americano. E apenas duas contra um rival grande, a Argentina - venceu pela semi da Copa América 2019, no Brasil, e perdeu amistoso na Arábia Saudita. Messi jogou ambos. Neymar, não.
De resto, todos os jogos contra rivais modestos. No máximo, venceu no fim do ano passado por 2 a 0 e fora de casa o Uruguai, time envelhecido e que não teve Luis Suárez, com Covid-19. Neymar também não jogou. E assim, nesse ritmo de treino, a seleção vai vencendo, sem convencer. Soma 12 vitórias e 1 empate nos últimos 13 jogos.
O problema é que, até o Mundial do Qatar, além da final da Copa América, terá mais 12 partidas contra sul-americanos, pelas Eliminatórias. E dificilmente vai arranjar grandes adversários europeus nas seis datas-Fifa, já que o calendário de lá está tomado pela Liga das Nações. Chegaremos à briga pelo hexa parecendo invencíveis, mas sem saber se teremos reais condições de brigar. Cabe a Tite administrar isso.
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