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Diego Garcia

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Olimpíada das mulheres: brasileiras batem recordes e dão show em Tóquio

Rebeca Andrade e suas duas medalhas dos Jogos Olímpicos de Tóquio: ouro no salto e prata no individual geral - Laurence Griffiths/Getty Images
Rebeca Andrade e suas duas medalhas dos Jogos Olímpicos de Tóquio: ouro no salto e prata no individual geral Imagem: Laurence Griffiths/Getty Images

Colunista do UOL

04/08/2021 06h17

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As mulheres brasileiras estão brilhando em Tóquio. Tanto que já fizeram sua melhor Olimpíada da história, conquistando sete medalhas - três de ouro, duas de prata e duas de bronze -, com pelo menos mais uma garantida e superando a marca de Pequim 2008, quando ficaram sete vezes no pódio.

Mais do que isso, o desempenho nos Jogos deste ano bateu o recorde de medalhas de ouro femininas, superando as últimas três edições, quando elas levaram duas em cada. Dos quatro primeiros lugares do pódio em Tóquio, 75% são de mulheres.

O Brasil tem 15 medalhas conquistadas até o momento. E mais três garantidas - a do futebol masculino, que está na final, além de mais duas no boxe, sendo uma feminina, de Beatriz Ferreira, na categoria peso leve. Ela está na semifinal e já assegurou o bronze, mas ainda pode ser ouro ou prata.

As três medalhas douradas femininas do Brasil foram emocionantes. A primeira foi da ginasta Rebeca Andrade, que encantou o mundo com seu desempenho no salto e ficou no lugar mais alto do pódio. Ela ainda levou uma prata no individual geral e saiu de Tóquio como uma gigante olímpica.

As outras duas medalhas de ouro vieram nesta terça. Primeiro, com as fenomenais Martine Grael e Kahena Kunze, bicampeãs olímpicas na classe 49erFX, repetindo o feito do Rio 2016. Depois, com Ana Marcela Cunha, na maratona aquática, medalha que ela já merecia ter conquistado faz tempo, pois é a melhor do mundo no que faz há uns 10 anos.

A outra prata foi tão linda quanto um ouro, de Rayssa Leal, a Fadinha, que arrebentou na categoria street do skate e, com apenas 13 anos, virou a mais jovem medalhista olímpica da história do Brasil. Criança, e ainda uma promessa, deve conquistar muito mais nos Jogos seguintes.

Os dois bronzes brasileiros femininos também valeram como um lugar mais alto do pódio. Mayra Aguiar entrou para o seleto grupo de brasileiros com três medalhas olímpicas ao conquistar sua terceira consecutiva em uma edição dos Jogos no judô.

E o que falar das tenistas Laura Pigossi e Lusa Stefani, primeiras da história em um esporte querido no Brasil há mais de duas décadas a ganharem medalha nas Olimpíadas, quando sequer sabiam que iriam disputar os Jogos? Incrível!

O que deve ainda ser destacado é que esse é o melhor desempenho de modalidades femininas individuais em todos os tempos. As primeiras medalhas de brasileiras foram em 1996, mas em esportes coletivos. E apenas em Pequim 2008 as mulheres chegaram ao pódio em voos solo, quando Ketleyn levou o bronze no judô, Natália Falavigna no taekwondo, e Maurren Maggi faturou o ouro no salto em distância.

Depois, em Londres, Sarah Menezes levou o ouro no judô, e o bronze foi conquistado por Adriana Araújo (boxe), Mayra Aguiar (judô) e Yane Marques (pentatlo moderno). Já no Rio 2016, Rafaela Silva foi primeira colocada no judô, enquanto o terceiro posto do pódio ficou com Poliana Okimoto (maratona aquática) e, de novo, Mayra Aguiar.

Com 18 medalhas garantidas até o momento em Tóquio, mais chance de faturar outras duas no vôlei de quadra, além de favorito para o pódio na canoagem, com Isaquias Queiroz, e possibilidade de medalha em outros esportes, como o skate park masculino, o Brasil está perto de bater sua melhor marca em uma única edição - foram 19 pódios no Rio 2016.

Se isso acontecer, muito será pelo show feminino em Tóquio. Para completar, as meninas do vôlei feminino entram em quadra nesta quarta, às 9h30, contra as atletas russas, por uma vaga na semifinal. Invictas, prometem ir longe. E podem deixar ainda mais lindo o maior desempenho das brasileiras em uma única Olimpíada.