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Justiça nomeia perito que vai investigar votos de eleição do São Paulo
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Há exatamente oito meses, a Justiça mandou o São Paulo preservar equipamentos, documentos, cédulas e dados referentes à Assembleia Geral de Sócios, ocorrida em 28 de novembro passado, para a realização de uma perícia. Porém, após diversos recursos, até o momento, nada foi feito. Mas, no mês passado, uma perita foi nomeada pelo tribunal.
A realização de uma perícia grafotécnica foi pedido dos autores do processo, aceito pela Justiça em junho. Eles solicitaram uma perícia em duas fases, sendo a primeira com um perito já designado, para recontar os votos das cédulas e livro de presenças, e a segunda em software e banco de dados.
No último dia 2 de agosto, o São Paulo adicionou uma nova petição ao processo, em que discorda da perícia grafotécnica acatada pelo tribunal. O clube alega que a legalidade do formato das eleições já foi discutida em outro processo — são dois sobre o tema no Judiciário.
O time tricolor questiona o volume de trabalho da perícia, que demandaria mais de 3 milhões de análises comparativas. Por isso, pediu que a perita nomeada se pronuncie com relação à viabilidade do trabalho sob o prisma técnico.
Para o São Paulo, não existe receio de que seja constatada qualquer irregularidade, mas que os resultados da perícia sejam potencialmente inconclusivos. Para a diretoria, os conselheiros responsáveis fariam uso político da ação judicial, distorcendo seus andamentos.
No mesmo dia, a juíza Luciane Cristina Silva Tavares pediu que a perita nomeada seja intimada para falar sobre as alegações do time tricolor a respeito da viabilidade da perícia. Em uma decisão anterior, de 19 de julho, a Justiça havia nomeado a perita Edilene Almeida para estimar seus honorários para a realização do trabalho.
Os autores alegam que tal perícia grafotécnica justifica-se pelo fato de haver fortes indícios de manipulação no preenchimento das cédulas e assinaturas do livro de presença, isto é, cédulas preenchidas por um grupo de pessoas em nome de associados e depositadas nas urnas, assinaturas que não coincidem, alteração de cédulas e assinaturas após a Justiça ter determinado a perícia.
O Judiciário rejeitou a busca e apreensão dos documentos, determinando a realização dos trabalhos in loco no Morumbi. O objetivo da perícia é dizer se o resultado do pleito — que elegeu 74 conselheiros ligados a Julio Casares e 26 ligados a Roberto Natel, da oposição — permanecerá válido ou não.
A eleição ocorreu no dia 12 de dezembro, com vitória de Casares, hoje atual presidente.
A ação foi aberta por um grupo de quatro associados — Alberto Carlos Ferreira, Carlos Norberto Canata, Clóvis Gomes Botelho e Eduardo Minc —, que pediu recontagem de votos no pleito do São Paulo sob a alegação de que poderia haver "fraude, falha ou manipulação na apuração dos votos nas eleições".
Eles alegam que tiveram conhecimento de que os votos computados durante a apuração das urnas continham um número, que foi divulgado de forma inferior após a apuração das mesmas, em meio a 15 interrupções por "problemas de software".
A solicitação ocorreu porque o grupo alega que três candidatos ao Conselho Deliberativo — Renato de Carvalho Rodrigues, Antonio de Oliveira Rego e Moacyr Scardigno Prado Bittencourt Filho — "tinham, durante a contagem das 5 primeiras urnas (início da apuração das urnas), 75, 62 e 61 votos. Porém, ao final da apuração, com 20 urnas diversas, apareceram com 69, 56 e 55, respectivamente".
A ação foi aberta em 8 de dezembro. Dois dias depois, antes mesmo de ser notificado pela Justiça, o clube se manifestou no processo dizendo que a ata da eleição foi assinada por representantes das chapas envolvidas, dando fé ao conteúdo e ratificando regularidade e integridade de todo procedimento.
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