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Caboclo tentou enfiar a mão dentro de calcinha de funcionária, diz denúncia
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A CBF recebeu na última quinta-feira um relato de assédio de mais uma ex-funcionária contra o presidente afastado Rogério Caboclo. É a terceira acusação revelada contra o dirigente, a segunda protocolada na entidade. A primeira gerou uma investigação na Comissão de Ética da CBF, que decidiu afastar Caboclo por 15 meses da sua função. As novas acusações têm os mesmos padrões observados na primeira queixa.
Na nova denúncia, a que o UOL teve acesso em sua íntegra, a mulher — que terá seu nome preservado — aponta várias situações constrangedoras com Caboclo dentro da CBF, mesmo antes de ele ser presidente. Alguns trechos da acusação foram divulgados na sexta-feira pelo GE. O UOL também teve acesso a dois áudios sobre o caso em que se fala sobre uma suposta oferta de propina do grupo de oposição para que essa ex-funcionária levasse adiante as acusações.
Em um dos momentos relatados pela ex-funcionária, ela diz que Caboclo estava bêbado e forçou sua mão entre as pernas da mulher, "tentando enfiar por dentro da calcinha". Isso aconteceu na casa do dirigente, em uma reunião para discutir termos de um contrato com a China.
Walter Feldman, citado no trecho acima, nega que tenha tomado conhecimento do assédio: "Isso jamais aconteceu, de ela ter me revelado assédio ou momento violento. Se falei aquilo, foi em outro contexto. Nego de maneira contundente, jamais me revelou ser assediada. Se tivesse acontecido, eu jamais esqueceria ou defenderia, pois seria cúmplice. Tenho esposa e 2 filhas militantes da causa feminista."
Mesmo em horário comercial (eram 15h15, segundo a acusação), Caboclo abriu uma garrafa de vinho para beber com a mulher, que não bebeu. O dirigente teria ingerido a bebida mesmo assim e, em seguida, após colocar trajes inadequados para uma reunião de trabalho, teria cometido o ato de assédio sexual.
A mulher ainda relata ligações e mensagens inadequadas do cartola durante a madrugada em algumas oportunidades. Inclusive, citou mensagens de Caboclo em junho deste ano querendo falar de sexo pelo telefone.
Ela também afirmou que Caboclo fez um advogado ir de São Paulo ao Rio de Janeiro de helicóptero por causa de um motivo urgente. Quando o profissional chegou, o assunto seria perguntar se ela tinha uma relação romântica com um conhecido.
"Só porque saímos para jantar e em nosso retorno ao hotel os diretores (da CBF) nos viram chegar do restaurante. Colocou o trabalho do colega em risco, além de envolver pessoas que não tem nada a ver com a situação de assédio que eu passava", disse a ex-funcionária.
A denunciante ainda descreve abordagens e comentários inapropriados de Caboclo em reuniões. A ex-funcionária afirma que Caboclo a chamava para sua sala alegando reuniões importantes, aí então a arrastava pelo braço para o quartinho com banheiro à direita nos fundos da sala da presidência, ou para a sala do vice Fernando Sarney.
A denunciante relata que os assédios eram conhecidos dentro da confederação, mas que quem sabia se omitia. "Pessoas importantes sabem dessa história, pessoas importantes presenciaram o assédio, e nunca fizeram nada para me ajudar. Pelo contrário, o comentário nos corredores da CBF era que eu 'era do chefe'".
Em nota para falar sobre mais uma acusação de assédio, Caboclo afirmou que repudia as "acusações levianas e falsas lançadas contra ele e nega veementemente que tenha cometido atos que configurem assédio em relação à mencionada funcionária da entidade". Lei na íntegra abaixo:
NOTA DE REPÚDIO
O presidente da CBF, Rogério Caboclo, repudia as acusações levianas e falsas lançadas contra ele e nega veementemente que tenha cometido atos que configurem assédio em relação à mencionada funcionária da entidade.
Ocorre que, durante o processo do afastamento ilegal de Caboclo do cargo, ele recebeu áudios de diálogos da acusadora e de sua mãe, gravados no dia 04/07/2021, com um ex-colaborador da CBF. Elas relatam de forma clara o recebimento de proposta para prejudicar Rogério Caboclo e retirá-lo definitivamente do comando da entidade. As propostas incluíam oferecimento de alto cargo de direção na CBF, além de R$ 1 milhão.
Essas tentativas de cooptação da funcionária, como comprovam as conversas, foram conduzidas pelos diretores Gilnei Botrel e Manoel Flores, aliados do ex-presidente banido do mundo do futebol e investigado pela Polícia Federal, Marco Polo Del Nero. A defesa de Rogério Caboclo já entrou com pedido de investigação na Comissão de Ética da CBF contra os diretores citados no áudio por suspeita de corrupção de testemunha e contra o ex-presidente da CBF.
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