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Em áudio, ex-colaborador da CBF fala em oferta de R$ 1 milhão a denunciante
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A defesa de Rogério Caboclo, presidente afastado da CBF, acusa o ex-presidente da entidade Marco Polo Del Nero de organizar um complô contra ele na confederação. Para isso, se apoia em dois áudios que circulam entre os cartolas do futebol indicando um oferecimento de propina a uma das três ex-funcionárias que acusam Caboclo de assédio sexual.
Nos áudios — que, segundo apurou a coluna, foram gravados sem consentimento das mulheres envolvidas —, um ex-colaborador da CBF próximo a Caboclo fala com a ex-funcionária e a mãe dela, que não terão os nomes revelados para serem preservadas.
Questionada pelo ex-colaborador "como estão as negociações com o Marco Polo, o que ele pediu?", a mãe da denunciante afirma que a filha foi vítima na situação.
"Minha filha gostava muito de trabalhar na CBF, onde o Rogério veio a ser presidente, sendo controlado pelo Marco Polo. E o Rogério prejudicou muito minha filha. Ela foi uma vítima da CBF. Mas ela gosta muito dele, não sei porquê. Ela sente um carinho por ele, gosta dele, apesar de profissionalmente ter prejudicado a minha filha. O advogado dela recebeu uma proposta da CBF que eles estão tentando, que o Marco Polo está tentando, usar a minha filha, que foi uma vítima, para tirar o Rogério da CBF", diz a mãe da ex-funcionária que denunciou Caboclo por assédio sexual.
Em seguida, ela afirma que o grupo supostamente ligado a Del Nero voltou a ligar para a sua filha para oferecer emprego na confederação, como forma de pressão. "Já tiraram um diretor da CBF e que a vaga está aberta para ela. Para voltar, que seria a primeira mulher a voltar e trabalhar na CBF na diretoria. Foi isso que eles ofereceram. E a CBF ofereceu ao advogado dela R$ 1 milhão".
Em outro áudio, o mesmo ex-colaborador entra em contato com a própria denunciante para tentar convencê-la a apresentar um depoimento para ajudar Caboclo, a pedido do dirigente.
"Estou preocupado com você. Vieram boatos de que estão oferecendo cargo, grana, cargo de diretor, para você prejudicar o RC (Rogério Caboclo). Não acho que isso vai ser legal porque vai te jogar dentro de um bolo", disse o homem. "Ninguém gosta de saber que estão te usando. Você sabe que os caras são bravos do lado de lá".
A mulher, em resposta, diz que está sendo pressionada. "Recebi uma notificação do Ministério Público, estou em uma situação complicada. Nunca imaginei que essa situação fosse chegar a esse ponto", afirmou.
Perguntada se recebeu oferta em dinheiro, ela afirmou que recebeu proposta de indenização e cargo para "corrigir um erro do passado", mas que ela não aceitou e respondeu que "não cabe, pois estão fazendo isso pelo motivo errado".
O homem insiste em um depoimento positivo por parte da mulher que acusa o dirigente de assédio. Ele apontou que Caboclo gostaria que ela pelo menos confirmasse que recebeu oferta em dinheiro. "Acho que isso te ajuda". A mulher diz, então, que a situação está sendo resolvida pelo advogado.
Del Nero foi procurado para comentar os áudios, mas não respondeu. Ontem, a Comissão de Ética da CBF decidiu afastar Caboclo por 15 meses da sua função por conduta inapropriada.
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