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Denúncia sobre mentira de argentinos foi feita mais de 40h antes do jogo
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O Centro de Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado da Saúde recebeu a primeira denúncia no caso dos quatro jogadores argentinos na noite de sexta-feira (3). Segundo o órgão informou em relatório ao qual a coluna teve acesso, chegou à agência um "rumor" sobre o descumprimento da portaria nº 655.
Na denúncia, foi informado ao órgão que os jogadores haviam desembarcado no Brasil no mesmo dia, ainda que tivessem passado pelo Reino Unido nos últimos 14 dias, o que é proibido pela lei criada para combater o avanço da covid-19 no Brasil.
O denunciante ainda informou ao órgão que os atletas omitiram a passagem pelo Reino Unido no campo "histórico de viagens" e que todas as declarações foram preenchidas por uma única pessoa, Fernando Ariel Batista, treinador das seleções de base da Associação de Futebol Argentino (AFA).
Na manhã seguinte, por volta de 10h, os membros do Centro de Vigilância Epidemiológica se reuniram com a CBF para informar o ocorrido e articular a situação com a Conmebol. Nesta oportunidade, a agência recebeu os passaportes dos atletas para verificação e confirmou a origem no Reino Unido em um período inferior a 14 dias.
A partir daí, a Vigilância diz que notificou a AFA sobre o caso e orientou os quatro atletas a permanecerem em seus quartos e cumprirem quarentena, não podendo nem participar do treino na Arena Neo Química, previsto para 18h30 de sábado (4).
A orientação era de que os jogadores envolvidos —o goleiro Emiliano Martínez, o zagueiro Cristian Romero, o volante Lo Celso e o meia Emiliano Buendía —não saíssem do hotel até que fosse feito o pedido formal de excepcionalidade de circulação no Brasil, solicitação que seria analisada pelo Ministério da Saúde e pela Casa Civil. A seleção argentina, porém, ignorou a recomendação.
"Destaca-se que representantes da Anvisa salientaram que o descumprimento da normativa sanitária pela seleção argentina e reincidente, e que o auto de infração seria conduzido pela Anvisa do aeroporto e a polícia federal seria comunicada", diz o documento.
Por fim, a Anvisa diz que, com o descumprimento da orientação de não ir ao treino, a delegação argentina deveria ser autuada no hotel até que os demais órgãos competentes, como a própria Anvisa, o Ministério da Saúde e a Casa Civil, pudessem emitir um posicionamento final.
A AFA foi procurada para comentar as informações e não respondeu até a publicação. A reportagem será atualizada caso a associação queira se manifestar.
Os quatro jogadores foram abordados pela Anvisa já durante a partida entre Brasil e Argentina, na Neo Química Arena, em São Paulo. O jogo teve quatro minutos de duração até ser interrompido. Em seguida todo o time argentino abandonou o campo, e depois o confronto foi suspenso pela Conmebol.
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