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Avião a R$ 12 mil faz flamenguistas e palmeirenses irem de carro ao Uruguai
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Com as passagens de avião a preços que chegavam a R$ 12 mil, muitos flamenguistas e palmeirenses optaram por ir de carro ao Uruguai para a decisão da Libertadores, marcada para este sábado, 17h, em Montevidéu. O fato gerou movimentação atípica na fronteira, com invasão de torcedores dos dois times durante toda a sexta-feira, seja de carro ou ônibus.
Pela manhã, o movimento era praticamente todo de rubro-negros. Os irmãos flamenguistas Bruno, 35, e Raphael Vianna, 39, saíram de Santos, a quase 2 mil quilômetros de distância, na madrugada desta quinta, 2h. Foram 26 horas dirigindo até chegar à capital uruguaia, já na tarde desta sexta.
"É uma experiência de torcedor rubro-negro fanático mesmo. Só ontem foram 17 horas de viagem direto. O que a gente não faz pelo Mengão?", disse Bruno à coluna. Ele relatou que só encontrou flamenguistas pelo caminho, em todos os postos de combustíveis e na cidade de Pelotas (RS), onde passaram a noite.
Pela manhã, os irmãos cruzaram a fronteira e novamente encontraram intensa movimentação de torcedores. "Só tinha flamenguista. Vimos apenas uma pessoa com a camisa do Palmeiras em um posto. Na imigração, ninguém", afirmou.
Por volta de 8h, eram pelo menos 11 ônibus de rubros-negros e nenhum de palmeirenses, segundo os irmãos Vianna. Eles gastaram cerca de R$ 3 mil cada em ingressos para o jogo e não têm onde dormir em Montevidéu - pretendem passar a noite após a partida no carro caso não consigam lugar para se hospedar. Depois, voltam a Santos por mais 2 mil km de estrada.
A mais de um mês da final da Libertadores, passagens de avião para o Uruguai custavam cerca de R$ 8 mil saindo de São Paulo ou Rio. Nos últimos dias, o valor subiu para mais de R$ 12 mil. O normal é que o transporte aéreo ao país vizinho não custe mais de R$ 3 mil.
Do lado palmeirense, a movimentação para o Uruguai de carro também ocorreu de maneira intensa. No período da tarde, por exemplo, um grupo de torcedores alviverdes de Florianópolis chegou à fronteira, depois de 12h de viagem. Por volta de 14h, a maioria dos presentes apoiava o time paulista, segundo o publicitário Rafael Tieri, 38 anos.
Ao lado dos amigos Brunão, Serginho Japa e Gabriel Minotti, da Palmeiras Floripa, eles viajam em uma Pajero TR4 por 1,2 mil até a capital uruguaia, onde devem chegar apenas à noite. No caminho, encontraram muitos torcedores alviverdes e também flamenguistas.
"Fomos à paisana para evitar riscos e acho que a maioria na estrada fez o mesmo, ninguém quer correr riscos necessários depois de tanto esforço financeiro e burocrático", disse Rafael. Existe o temor de autoridades uruguaias de confrontos entre torcedores de ambos os times. "O sentimento de que pode ficar hostil faz a gente ter mais cautela", disse Tieri.
No total, serão 17h de viagem desde Florianópolis até Montevidéu. Ao chegarem ao Chuí, na fronteira, os palmeirenses encontraram outros sete ônibus alviverdes, o que os deixou mais seguros para também se uniformizarem. A fila da imigração era enorme, com maioria paulista. Eles irão se hospedar na casa de amigos uruguaios ao chegar à capital.
Em Rivera, um dos caminhos para chegar à cidade que vai receber a final, o movimento de flamenguistas e palmeirenses também foi intenso, segundo o consulado local. A Cônsul Geral, Ana Lélia Beltrame, disse à coluna que os uruguaios se prepararam muito bem para receber os brasileiros, com atendimento a turistas e policiamento nas estradas.
Apos a fronteira, os brasileiros que foram de carro encontram 4 ou 5 pedágios até Montevidéu, onde apenas pesos uruguaios em espécie são aceitos. A final está marcada para as 17h deste sábado, no Estádio Centenário.
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